SE É A MERA CURIOSIDADE QUE AQUI TE CONDUZ, DESISTE E VOLTA; SE PERSISTIRES EM CONHECER O MISTÉRIO DA EXISTÊNCIA, FAZ O TEU TESTAMENTO E DESPEDE-TE DO MUNDO DOS VIVOS.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cores e Coisas da Minha Deusa da Noite


Minha Deusa da Noite, me presentiou com esse clip feito por ela, para uma música que ela escutou da banda Curumim, que dizendo ela, lembrava um pouco de minhas aventuras em minha bicicleta durante a infância... achei muito bom, e espero que gostem também...quem quiser visitar o blog dela CORES E COISAS DA IRIS...fiquem a vontade.



quarta-feira, 19 de maio de 2010

Se7en, a origem dos Sete Pecados Capitais

Hoje o texto é uma coisa mais leve, voltada para o conhecimento interior. Na verdade, um exercício interessante que vai ajudar a explicar a origem de certas palavras que todo mundo usa diariamente mas pouca gente conhece o real significado delas.
Falarei sobre os Sete “Pecados” Capitais e as Sete Virtudes.
Em primeiro lugar: ninguém nunca se perguntou qual a diferença entre os Dez Mandamentos e os sete Pecados Capitais? Porque os pecados, que a Igreja tanto fala e que são formas certas de levar uma pessoa para o tal do Inferno, mencionados na Divina Comédia (escrita por Dante Alighieri, um iniciado) não estão na bíblia em lugar algum?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Reino Proibido

Olá a todos.
Já deveria ter feito um comentário sobre esse filme a bastante tempo. O REINO PROIBIDO é um filme simples e maravilhoso, bem que sou suspeito por gostar muito de filmes chinês e japonês. Muitos só veêm os pulos alto e os atores flutuando sobre galhos e afins e, esquecem de que ali existem muita filosofia e ensinamentos antigos - e é bem capaz de por isso muitos ocidentais não terem acesso aos ensinamentos e mistérios que existem no oriente como os da China. Detentoras de grandiosas piramdes e mistérios.

Pois voltando ao filme.
A linguagem usada no filme é aberta sobre reencarnação, viagem astral, mundo espiritual e mundo físico, separação da mente do corpo físico, passagem, iniciação, entre outras milhares de coisas. Tirando que tem Jet Li e Jack Chan e uma luta dos dois muitíssimo foda.

Passagens do filme me chamam a atenção como por exemplo do personagem principal que ao chegar no novo reino ou mundo, ele acaba conhecendo o personagem de Jack Chan, que fala chinês - mandarim - que seja, mas o garoto fica falando que não o entende, e ai Jack Chan fala - em português claro - que é porque ele não está escutando. Isso lembra o filme Matrix, onde o personagem Neo, afirma que seus olhos doem, e Morpheus diz que é porque ele nunca os usou. Video

Bastões, montanhas sagradas, topos de montanhas, jardim celestial com uma árvore no centro - tudo isso é bem parecido com um monte de outras culturas.

Mostra nossa incapacidade de ouvir nossa voz interior e de enxergar o invisível e visivel. Muitas pessoas tem pedras preciosas a sua frente mas não enxergam por estarem ligadas e desejosas somente por coisas fúteis e pequenas que não agregarão a nada em seu futuro e avanço como pessoa. As pessoas não conseguem seguir seus próprios conselhos - vazios até então - de que se prestarem atenção escutarão D'us falando com elas ao dormir - há! massa isso. 

O verdadeiro Eu sempre mostra o Caminho, e nos diz o certo e o errado - conceitos feitos por nós e para nos guiar por caminhos muito difíceis para nossa compreensão iniciatíca.

O personagem principal em um momento fala de vários golpes de kung fu como por exemplo: Palma de Buda, Chute sem sombra... e citando esses golpes se aproxima de Jack Chan, enquanto esse enche um copo com vinho e oferece ao garoto. Ele continua enchendo enquanto o garoto fala empolgado sobre os estilos de kung fu, e quando nota que a taça já está cheia alerta Jack - A TAÇA ESTÁ CHEIA!!!
Jack - SIM, A TAÇA JÁ ESTÁ CHEIA, VOCÊ FALA DE PALMA DE BUDA, CHUTE SEM SOMBRA, VOCÊ JÁ SABE KUNG FU, NÃO PRECISA APRENDER MAIS, VOCÊ PRECISA ESVAZIAR SUA TAÇA...

Isso mostra que todos temos nossos conhecimentos guardados em um ponto dentro de nós. Com preparação e instrução podemos reaver todos os ensinamentos passados já adquiridos. Esvaziem suas taças!!!


Essa passagem da filosofia Kung Fu, é uma parte muito boa mesmo, porque mostra  que no trabalho árduo, disciplina e estudo poderemos aprender muita coisa, uma filosofia aprendida, que seja esquecida e você cria sua própria trilha. Ninguém pode trilhar o seu Caminho só você... é uma via solitária. Você respira, mas não precisa se lembrar todo dia e a cada segundo como se faz isso para poder respirar. os ensinamentos esotéricos são a mesma coisa. Bem que na respiração é sempre bom se lembrar, porque tem gente a rodo que não respira direito e prejudica e muito a circulação de energia e oxigenação no sangue.

O VERDADEIRO MESTRE RESIDE EM SEU INTERIOR!



sexta-feira, 14 de maio de 2010

Goécia, Kiumbas e os demônios de verdade

Dando continuidade à série “Desmistificando os Demônios”, falaremos agora sobre as entidades hostis que habitam o Plano Astral.
Para entender o que se passa, você precisará ler primeiro os textos “O Diabo não é tão feio quanto se pinta”, “Pan, Cernunnus e Exu”, “Belzebu, Satanás e Lúcifer”, “Zaratustra, Mithra e Baphomet” e “666, the Number of the beast”. 
Nestes textos, eu explico detalhadamente de onde surgiu cada um dos alegados “demônios” inventados pela Igreja Católica e copiados ad nausea pelas Igrejas evangélicas e caça-níqueis que se vê por ai. Porém, esta explicação precisou fazer um parênteses porque não seria possível continuar a explicação sobre manifestação de entidades astrais no Plano Físico sem explicar primeiro o que é o Plano Astral. Então chegamos a uma “mini-série” onde expliquei o que é e como funciona o Plano Astral. Esta série está nos textos “Yesod – Bem vindo ao Deserto do Real”, “Thanatos”, “Hecate”, “Hermes”, “Morpheus” e “Caronte”, que explicam as cinco interações do Plano Físico com o Astral.

Sei que é um bocado de texto para ler, mas tenho fé em vocês, jovens leitores. E muito do que eu falei em colunas anteriores, sobre Pirâmides, Círculos de Pedra e Chakras estão interligados com estas manifestações físicas das entidades astrais.



A Goécia e os 72 demônios de Salomão
Apesar de ser atribuído ao rei Salomão – que, segundo o folclore judaico, tinha o poder de controlar os demônios do céu, da terra e do inferno -, o texto da Clavícula não tem nada a ver com o legendário soberano judeu. Pela estrutura da composição do texto, ele deve ter sido escrito por volta do sec. XII d.C. provavelmente na região do Império Bizantino, que herdou boa parte do conhecimento clássico e helenístico, inclusive no que se refere ao esoterismo.
Muitos dos títulos usados nos textos (Príncipes, Duques, Barões…) não existiam nos tempos bíblicos e, portanto, não poderiam ter sido usados naquela época.


Lemegeton Clavicula Salomonis, na minha opinião, se trata de uma compilação dos 72 “espíritos das trevas”, que deveriam fazer a contraparte dos 72 anjos cabalísticos, ou derivados dos nomes de Deus (falarei sobre isso no futuro, por ora chega de textos sobre kabbalah).
Como todos os tratados de magia medieval, a Clavícula descreve um procedimento ritualístico bastante complexo, com a utilização de toda uma parafernália cerimonial de robes, pantáculos, amuletos e talismãs, que devem ser confeccionados seguindo à risca as precisas instruções contidas em cada capítulo. Um leitor moderno que vá ler o texto à procura de um manual prático ficará decepcionado – pode-se dizer o que for dos rituais seguidos pelos magos medievais, menos que eles são práticos. Mesmo problema, aliás, do Livro de Abramelin. E não ajudam nada as constantes advertências de que o menor erro pode fazer com que a alma do mago seja arrastada para o inferno pelas entidades que ele tentam imprudentemente evocar.


E quais seriam estas entidades?




Bem… para entender o que estes magos estavam invocando, precisamos retornar um pouco no tempo e estudar as magias cerimoniais e tribais africanas (ou nossa contraparte moderna da Umbanda, Condomblé, Wodun, Santeria, Vodu e ritos caribenhos de invocação dos mortos). Ou mesmo entender o fenômeno das mesas girantes estudadas pelo maçon Allan Kardec ou as tábuas de Oui-ja do século XVIII-XIX. Embora mais “educados” em suas aparições para a fina nata européia, todos os princípios acima lidam com basicamente a mesma coisa: a manifestação de seres espirituais no Plano Físico.
Sabemos que as entidades que vivem no Astral são basicamente o MESMO tipo de pessoa que vive no Plano Físico; apenas não possuem um corpo de carne ou as limitações que possuímos aqui. Sendo assim, a índole e a moral destas pessoas varia da mesma maneira que a índole e a moral das pessoas que estão vivas. E o trabalho dos feiticeiros ou magistas consiste em chamar e contratar as pessoas certas para realizar o trabalho desejado.
No Plano Material, quando temos um problema de hidráulica em casa, contratamos um encanador para resolver o problema; se o problema é na fiação, chamamos um eletricista; se estamos doentes, chamamos um médico; e assim por diante…
No Plano Astral, a coisa funciona da MESMA MANEIRA.
Quando um xamã indígena realiza um ritual de invocação de um “espírito ancestral” para, por exemplo, ajudar no tratamento de uma pessoa doente, é exatamente isso que ele está fazendo: entrando em comunicação com os antigos médicos da tribo que examinarão a pessoa e dirão o que há de errado com ela.
Quando um Guia em um templo de umbanda ou candomblé examina uma pessoa, ele está observando as alterações e distúrbios na aura (campo eletromagnético) e sugerindo algum tratamento para sanar aquele problema.
No mundo físico, se alguém precisar “eliminar” um oponente, pode contratar os serviços de um matador de aluguel. Claro que isso é considerado criminoso, anti-ético, ilegal, etc… mas é uma possibilidade que existe!
No Mundo Astral, acontece a mesma coisa. Pode-se contratar os serviços de pessoas especializadas em separar casais, manipular a índole das pessoas, quebrar objetos, atrapalhar negócios ou até mesmo aleijar, adoecer ou mesmo matar um outro ser vivente. Nenhuma surpresa.
No mundo físico, os bandidos se agrupam em gangues, com símbolos, ritualísticas próprias (máfia russa, tríade, yakusa, etc.), vestem máscaras para não serem identificados e usam do terror e intimidação para impor respeito e medo nas suas vítimas (como por exemplo, nas armaduras samurai japonesas). No Plano Astral ocorre a exata mesma coisa. Como o duplo-etérico (perispírito) é MUITO mais maleável do que nossa pele física, é possível modificar e transformar nossa estrutura espiritual para ficarmos com a aparência que desejarmos, o que inclui chifres, garras, dentes afiados e qualquer outra coisa que você pensar que vá assustar os crentes. E eles sabem disso e usam destas modificações astrais como maneira de intimidação, desde sempre.
Na antiguidade, os médiuns videntes eram capazes de enxergar estas formas e dos relatos delas surgiram as descrições que tradicionalmente associamos aos demônios, como asas, chifres, dentes, garras, rapo, espinhos e tudo mais. Outros assumem formas animalescas como lobos ou serpentes; outros ainda assumem formas vampíricas, monstruosidades ou deformidades (eu vi certa vez no astral um ser extremamente pálido, quase albino, careca, vestindo um robe negro, que possuía 6 olhos avermelhados no rosto, quatro do lado direito e dois no esquerdo, uns sobre os outros, e que ficavam piscando de maneira desordenada…). Também há entidades que se utilizam de correntes, pregos, ganchos, piercings, espetos e toda forma de agressões e auto-mutilações sado-masoquistas que você puder imaginar (Clive Barker certamente inspirou-se nestes seres para criar os cenobitas nos seus livros da série “Hellraiser”). O Baixo-Astral ou Baixo-Umbral está repleto deste tipo de criaturas.
Nos cultos afros, chamam estas entidades de Kiumbas, de onde vem a palavra quimbanda, ou “magia negra”. No kardecismo, chamam estas entidades de “obsessores” ou “espíritos trevosos”, no hermetismo chamamos estas entidades de “seres goéticos”. Tome muito cuidado com a mistureba que a mídia e os cristitas fazem com os cultos africanos:
UMBANDA CANDOMBLÉ QUIMBANDA são religiões bem diferentes entre si, embora os cristitas misturem tudo e chamem de “Macumba”.
E o termo “magia negra” é utilizado errôneamente, pois não há “cor” na magia, existe o uso que se faz da magia. Assim como o gênio da lâmpada na história de Aladin, estas entidades fazem o que o magista as comandar.
O ritual e toda a ritualística envolvida serve para se entrar em conexão com as entidades astrais. Para tanto, os magistas dividem as ritualísticas de invocação e evocação em três tipos: a Teurgia, a Magia Natural e a Goécia.
Teurgia lida com os anjos e com os seres de luz, lida com os 72 nomes de Deus, com suas manifestações, com as sephiroth da Kabbalah e com os Salmos bíblicos (sim, crianças, mais uma vez a Bíblia se mostra extremamente valiosa para o estudante de ocultismo).
Magia Natural lida com Elementais (gnomos, ondinas, silfos e salamandras), orixás, Exus, Devas, Asuras, Djinns, Efreetis e outras criaturas da natureza.
E finalmente, a Goécia lida com os seres do baixo-umbral.
Tendo os rituais certos, nos dias e horários certos, consegue-se contatar estas criaturas; mas apenas contatá-las: é como ter à mão o telefone do Cabeleira e do Zé Pequeno. O Ritual apenas chama estas entidades, o segundo passo é negociar com elas o preço do serviço. E não usei o Zé Pequeno de exemplo à toa… negociar com estas entidades é como negociar com os traficantes do “Cidade de Deus”, você nunca sabe o que poderá acontecer.
Acho que com isto conseguimos fechar a série desmistificando os demônios. Se tiverem alguma dúvida deixem nos comentários que eu tento responder aqui mesmo ou, se for o caso, abro uma nova sessão de “Perguntas e Respostas”.
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Deixo dois vídeos interessantes, sobre manifestações de Zangbetos, um tipo de espírito (Egumgum) conjurado pelos feiticeiros em rituais da tribo dos Benin. Interessante notar que, apesar de necessários 5 ou 6 pessoas para arrastar a estrutura de palha, ela se movimenta com incrível velocidade. E para quem achar que há alguém escondido dentro da palha, a estrutura é QUEIMADA após o ritual (nas grandes comemorações), como parte das tradições (justamente para mostrar que não há ninguém lá dentro).

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Caronte – Auto da Barca do Inferno

There Chairon stands,
who rules the dreary coast –
A sordid god: down from his hairy chin
A length of beard descends,
uncombed, unclean;
His eyes, like hollow furnaces on fire;
A girdle, foul with grease,
binds his obscene attire



Dando continuidade ao quinto e último Psycopompo (Deus condutor das almas nos textos da Grécia Antiga), falarei brevemente sobre Caronte, o condutor das almas. Para quem pegou o barco andando, os outros quatro deuses que possuem livre trânsito no Reino Subterrâneo de Hades e representam interações do Plano Material com o Astral são: Thanatos, Hecate, Hermes e Morpheus.

Começarei esta matéria com um texto de um colega chamado Fernando Kitzinger, sobre a figura mitológica de Caronte.

Os gregos e romanos da antiguidade acreditavam que essa era uma barca pequena na qual as almas faziam a travessia do Aqueronte, um rio de águas turbilhonantes que delimitava a região infernal. O nome desse rio veio de um dos filhos do Sol e da Terra, que por ter fornecido água aos titãs, inimigos de Zeus (Júpiter), foi por ele transformado em rio infernal. As suas águas negras e salobras corriam sob a terra em grande parte do seu percurso, donde o nome de rio do inferno, que também lhe davam.

Caronte era um barqueiro velho e esquálido, mas forte e vigoroso, que tinha como função atravessar as almas dos mortos para o outro lado do rio. Porém, só transportava as dos que tinham tido seus corpos devidamente sepultados e cobrava pela travessia, daí o costume de se colocar uma moeda na boca dos defuntos. Segundo o mitólogo Thomas Bulfinch, ele “recebia em seu barco pessoas de todas as espécies, heróis magnânimos, jovens e virgens, tão numerosos quanto as folhas do outono ou os bandos de ave que voam para o sul quando se aproxima o inverno. Todos se aglomeravam querendo passar, ansiosos por chegarem à margem oposta, mas o severo barqueiro somente levava aqueles que escolhia, empurrando o restante para trás”.

Segundo a lenda, o barqueiro concordava apenas com o embarque das almas para as quais os vivos haviam celebrado as devidas cerimônias fúnebres, enquanto as demais, cujos corpos não haviam sido convenientemente sepultados, não podiam atravessar o rio, pois estavam condenadas a vagar pela margem do Aqueronte durante cem anos, para cima e para baixo, até que depois de decorrido esse tempo elas finalmente pudessem ser levadas.

A região onde o poeta latino Virgílio (70 -19 a.C.) situa a entrada da caverna que leva às regiões infernais, é um trecho vulcânico perto do vulcão Vesúvio, na Itália, todo cortado de fendas por onde escapam chamas impregnadas de enxofre, enquanto do solo se desprendem vapores e se levantam ruídos misteriosos vindos das entranhas da terra. Por outro lado, o rio Aqueronte, que desaguava no mar Jônio, tinha suas nascentes localizadas no pântano de Aquerusa, charco próximo a uma das aberturas que os antigos acreditavam conduzir aos infernos.
Também chamado Barqueiro dos Mortos ou Barqueiro dos Infernos, Caronte não é mencionado nem por Hesíodo nem por Homero, mas as referências que os mitólogos fazem a seu respeito geralmente o apresentam como um deus idoso, mas imortal, de olhos vivos, o rosto majestoso e severo; sua barba é branca, longa e espessa, e suas vestes são de uma cor sombria, porque manchadas do negro limo dos rios infernais. A representação mais comum que os pintores antigos dele fizeram, é de pé sobre a sua barca, segurando o remo com as duas mãos. Um mortal nela não podia entrar, a não ser que tivesse como salvo-conduto um ramo de acácia de uma árvore fatídica consagrada a Proserpina, divindade que raptada por Plutão, tornou-se rainha das regiões das sombras. A Sibila (profetisa) de Cumas deu um desses ramos a Enéias, herói lendário, quando este quis descer aos infernos para rever seu pai. Pretende-se que Caronte foi punido e exilado durante um ano nas profundezas do Tártaro, por ter dado passagem a Hércules na sua barca, sem que esse herói tivesse o magnífico e precioso ramo em seu poder.

O estudo das sepulturas gregas do século IV a.C. revela a existência de uma crença na vida além túmulo. As pinturas nos vasos mortuários mostram os vivos voltando ao túmulo para enfeitar a lápide com fitas, untá-la de óleo ou então para depositar oferendas como frutas, vasinhos de argila, coroas de louros. Algumas vezes os vivos estão conversando com o morto, enquanto este toca algum instrumento distraidamente. Estes vasos pintados mostram ainda a famosa barca de Caronte, divindade encarregada de transportar para o mundo subterrâneo as almas daqueles que já haviam morrido.

Caronte representa as Viagens Astrais ou Projeção da Consciência, a quinta maneira de interação entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos.
Projeção da Consciência é a capacidade que todo ser humano tem de projetar a sua consciência para fora do corpo físico. Essa experiência tem recebido diversas nomenclaturas, dependendo da doutrina ou corrente de pensamento que a mencione: Viagem Astral (Esoterismo), Projeção Astral (Teosofia), Experiência Fora do Corpo (Parapsicologia), Desdobramento, Desprendimento Espiritual ou Emancipação da Alma (Espiritismo), Viagem da Alma (Eckancar), Projeção do Corpo Psíquico ou Emocional (Rosacruz), Projeção da Consciência (Projeciologia), etc.
É sabido, desde a mais remota antigüidade, que a “Experiência Fora do corpo ” é um fato, envolvendo técnicas nítidas de cunho científico. Porém, devido ao desconhecimento sobre o assunto, grupos desinformados geraram fantasias sobre os “perigos” que envolveriam o processo, aliás inexistentes.
Desse desconhecimento advieram reservas e idéias errôneas, ficando o assunto restrito à uma minoria com pseudo controle e domínio de suas técnicas e conseqüências. Hoje, a “Projeciologia” insere-se na Parapsicologia como ciência adstrita, digna do maior crédito, contando com pesquisadores de vulto como Wagner Borges, Waldo Vieira, Sylvan Muldoon, Hereward Carington, Robert A. Monroe, entre tantos outros nacionais e internacionais, em vasta bibliografia.

A viagem astral (projeção astral ou projeção da consciência) consiste na exteriorização da consciência para fora do corpo físico ou definindo de outra forma, sair do corpo físico utilizando com veículo da consciência, o perispírito ou Duplo-Etérico.
Durante a noite, todos nós passamos, conscientemente ou não, por esta experiência. Dormir é necessário não somente para restaurar a vitalidade física como também para restaurar a vitalidade do corpo astral. O sono representa a desunião dos corpos astral e físico com a finalidade de “liberar” o duplo ou corpo astral, de modo que ele possa coletar energia e vitalidade de fontes astrais. Todos nós, quando dormimos, deixamos os nossos casulos físicos, e saímos em nossos corpos astrais . Os sinais e sensações desta saída do corpo você talvez já conheça. Uma sensação de entorpecimento, sensação de vibrações pelo corpo, ruídos estranhos que você escuta na hora de dormir, sensação de flutuar ou de aumento corporal. Lembra daquela sensação de queda que te acordou de repente, como se estivesse escorregando na cama? Quem ainda não teve o sonho vívido de voar? Quem de nós alguma vez já não sonhou que via um amigo distante, e logo depois recebia notícias suas, um telefonema ou uma carta do mesmo, que “coincidentemente” se lembrara de nós naquela mesma ocasião?
Será que você mesmo não se lembra daquela experiência aterradora em que se sentiu paralisado e pensou que havia morrido?

Estes são apenas uns poucos exemplos de fenômenos que estão ligados à Viagem Astral. Trata-se de um fenômeno absolutamente natural, que faz parte das capacidades inerentes a todo ser humano. Se você quiser também pode aprender a fazer viagens astrais conscientes.

Viagem Astral e Mitologia
A viagem astral é conhecida desde o início da nossa história. Ela faz parte da mitologia de muitas sociedades primitivas e relatos da mesma podem ser encontrados em todas as formações sociais. Provavelmente devido à perseguição religiosa, manteve-se oculta durante a Idade Média, sendo estudada e pesquisada em sociedades secretas, quadro que se manteve até o século XIX. Foi só em 1905 que, com a divulgação das projeções conscientes de Vincent Newton Turvey, na Inglaterra, pôde a viagem astral vir à público e se tornar matéria de estudos por pesquisadores do mundo inteiro. Mesmo assim ainda permanece muita ilusão à respeito do tema. Há quem pense que a capacidade de sair conscientemente do corpo seja uma capacidade restrita a seres altamente espiritualizados. Felizmente, nos dias atuais, o estudo da projeção astral não mais se restringe à nenhuma religião ou crença. Em qualquer livraria encontramos centenas de títulos dedicados ao tema (infelizmente a maioria lixo), mas a sua discussão pública tem permitido que um número cada vez maior de pessoas desenvolvam suas capacidades anímicas para realizá-la.
Psicossoma ou Duplo-Etérico
O Duplo-Etérico pode ser definido como contraparte extrafísica do corpo físico, ao qual se assemelha e com o qual coincide minuciosamente, parte por parte. É uma réplica exata do corpo físico em toda a sua estrutura. O Duplo-Etérico é constituído de matéria astral, que vibra numa freqüência mais sutil e é infinitamente mais refinada do que a matéria física que constitui o corpo físico. É normalmente invisível e intangível ao olhar e toque físicos. O Duplo-Etérico coincide com o corpo físico durante as horas em que a consciência está totalmente desperta. Mas, no sono, os laços que mantêm os veículos de manifestação unidos se afrouxam e o Duplo-Etérico se destaca do corpo físico. Essa separação é que constitui o fenômeno da projeção astral.
Normalmente, o Duplo-Etérico, quando projetado além do físico, mantém a forma daquele corpo, de modo que o projetor é facilmente reconhecido por aqueles que o conhecem fisicamente. Ele também é denominado de corpo astral, perispírito, duplo astral, corpo fluídico, etc.
O Duplo-Etérico é ligado ao corpo físico por um apêndice energético conhecido como cordão de prata.

Cordão de Prata
O Duplo-Etérico é ligado ao corpo físico por um apêndice energético conhecido como cordão de prata, através do qual é transmitida a energia vital para o corpo físico, abandonado durante a projeção. Em contrapartida, o cordão de prata também conduz energia do corpo físico para o Duplo-Etérico, criando um circuito energético de ida-e-volta. Esse interfluxo energético mantém os dois veículos de manifestação em relação direta, independentemente da distância em que o Duplo-Etérico estiver projetado. Enquanto os dois corpos estão próximos, o cordão é como um cabo grosso. À medida que o Duplo-Etérico se afasta das imediações do corpo físico, o cordão torna-se cada vez mais fino e sutil.
O cordão de prata também tem recebido diversas denominações: cordão astral, cordão fluídico, fio de prata, teia de prata, cordão luminoso, cordão vital, cordão energético, etc.
Um dos medos básicos do iniciante é o de que o cordão energético venha a se partir durante a projeção, acarretando, assim, a morte do corpo físico. Tal medo é infundado, pois isso não acontece. Por mais longe que o projetor estiver, o cordão de prata sempre o trará de volta para dentro do corpo físico. Também é impossível o projetor se perder fora do corpo ou não querer voltar ao físico. Para voltar, basta pensar firmemente no seu corpo físico e o retorno se dará automaticamente. É nesse instante que muitos projetores têm a sensação de queda e acordam assustados no corpo físico. É o famoso “sonhar que está caindo” que todos vocês já devem ter experimentado alguma vez.

O cordão de prata é um feixe de energias, um emaranhado de filamentos energéticos interligados. Quando ocorre a projeção, esses filamentos energéticos, que estavam embutidos em toda a extensão do corpo físico, projetam-se simultaneamente de todas as partes dele e se reúnem, formando o cordão de prata. Os principais filamentos energéticos são aqueles que partem da área da cabeça.

Como acontece
A Projeção pode ser involuntária ou voluntária.
Na projeção involuntária, a pessoa sai do corpo sem querer e não entende como isso aconteceu. Geralmente, a pessoa se deita e adormece normalmente. Quando desperta, descobre que está flutuando fora do corpo físico na proximidade deste ou à distância, em locais conhecidos ou desconhecidos. Em alguns casos, a projeção ocorre antes mesmo da pessoa adormecer. Na maioria das projeções involuntárias, a pessoa projetada observa seu corpo físico deitado na cama e fica assustada, imaginando que está desencarnada. Alguns projetores ficam tão desesperados que mergulham no corpo físico violentamente na ânsia de escapar daquela situação estranha. Outros pensam que estão vivendo um pesadelo e procuram, desesperadamente, acordar seu corpo físico. Entretanto, outras pessoas que se projetam involuntariamente se sentem tão bem nessa situação que nem se questionam sobre que fato é aquele, como ocorreu e porquê. A sensação de liberdade e flutuação é tão boa que nada mais importa para elas. Ao despertar no corpo físico, algumas imaginam que aquela vivência era um sonho bom. Muitos sonhos de vôo e de queda estão relacionados diretamente com a movimentação do Duplo-Etérico durante a projeção.
Existem as projeções voluntárias, nas quais a pessoa tenta sair do corpo pela vontade e consegue. Nesse caso, o projetor comanda o desenvolvimento da experiência e está totalmente consciente fora do corpo; pode observar seu corpo físico com tranqüilidade; viajar à vontade para lugares diferentes no plano físico ou extrafísico; encontrar com outros projetores ou com entidades desencarnadas. Pode voar e atravessar objetos físicos, entrando no corpo físico à hora que desejar.
Na projeção voluntária, a pessoa tem pleno conhecimento do que ocorre e procura desenvolver o processo à sua vontade. Na projeção involuntária, a pessoa não tem conhecimento do que ocorre e, por isso, tem medo da experiência. Esse medo está na razão direta da falta de conhecimento das pessoas sobre o fato em questão.

Sintomas
Ocasionalmente, o projetor pode sentir uma paralisia dos seus veículos de manifestação, principalmente dentro da faixa de atividade do cordão de prata. Essa paralisia é chamada de catalepsia projetiva ou astral. Não deve ser confundida com a catalepsia patológica, que é uma doença rara. Catalepsia projetiva pode ocorrer tanto antes quanto após a projeção.
Geralmente, ela acontece da seguinte maneira: a pessoa desperta durante a noite e descobre que não pode se mover. Parece que uma força invisível lhe tolhe os movimentos. Desesperada, ela tenta gritar, mas não consegue. Tenta abrir os olhos, mas também não obtém resultado.
Alguns criam fantasias subconscientes imaginando que um espírito lhe dominou e tolheu seus movimentos. Essa catalepsia é benigna e pode produzir a projeção se a pessoa ficar calma e pensar em flutuar acima do corpo físico. Ela não apresenta nenhum risco, pelo contrário, é totalmente inofensiva. Portanto, se você se encontrar nessa situação em uma noite qualquer, não tente se mover. Fique calmo e pense firmemente em sair do corpo e flutuar acima dele.
Não tenha medo nem ansiedade e a projeção se realizará. Caso não pretenda se arriscar e deseje recuperar o controle de seu corpo físico, basta tentar com muita calma mover um dedo da mão ou uma pálpebra, que imediatamente, readquirirá o movimento. Além da catalepsia projetiva, podem ocorrer pequenas repercussões físicas no início da projeção, principalmente nos membros. Muitas pessoas, quando estão começando a adormecer, têm a sensação de estar “escorregando ” ou caindo por um buraco e despertam sobressaltadas. Isso ” acontece devido a uma pequena movimentação do Duplo-Etérico no interior do corpo físico.

Estado vibracional
São vibrações intensas que percorrem o Duplo-Etérico e o corpo físico antes da projeção. Algumas vezes, essas vibrações se intensificam e formam anéis energéticos que envolvem os dois corpos. Ocasionalmente, o estado vibracional pode produzir uma espécie de zumbido ou ruído estridente que incomoda o projetor. Na verdade, essas vibrações são causadas pela aceleração das partículas energéticas do Duplo-Etérico, criando assim um circuito fechado de energias. Essas energias são totalmente inofensivas e têm como finalidade a separação dos dois corpos.

Tipos de Projeção
PROJEÇÃO CONSCIENTE – É aquela na qual o projetor sai do corpo e mantém a sua consciência lúcida durante todo o transcurso da experiência extra-corpórea.
PROJEÇÃO SEMICONSCIENTE – É aquela na qual a lucidez da consciência é irregular e o projetor fica sonhando fora do corpo, totalmente iludido pelas idéias oníricas.
PROJEÇÃO INCONSCIENTE – É aquela na qual o projetor sai do corpo totalmente inconsciente. É um sonâmbulo extrafísico. Infelizmente, a maioria dos encarnados está nessa situação. Em toda a projeção, os amparadores estão presentes assistindo e orientando o projetor, mesmo que ele não os perceba. Na maioria das vezes, eles ficam invisíveis e intangíveis ao projetor. A projeção em que o amparador ajuda o projetor a sair do corpo é denominada de Projeção Assistida.
PROJEÇÃO E SONHO – Muitas pessoas confundem projeção com sonho. Outras confundem sonho com projeção. As diferenças entre sonho e projeção são bem óbvias:
* No sonho, a consciência não tem domínio sobre aquilo que está vivenciando. É totalmente dominada pelo onirismo.
* Na projeção, a consciência tem pleno domínio sobre si mesma.
* No sonho, não há coerência.
* Na projeção, a consciência mantém o seu padrão normal de coerência, ou até mais ampliado.
* No sonho, a capacidade mental é reduzida.
* Na projeção, a capacidade mental é ampliada.

Benefícios da Projeção
* O projetor, fora do corpo, observa eventos físicos e extrafísicos, independentemente do concurso dos seus sentidos físicos.
* Nas horas em que o seu corpo físico está adormecido, o projetor observa, trabalha, participa e aprende fora do corpo.
* O projetor constata, através da experiência pessoal, a realidade do mundo espiritual.
* Pode encontrar com espíritos desencarnados, comprovando assim, para si mesmo, “in loco”, a sobrevivência da consciência além da morte.
* Pode substituir a crença pelo conhecimento direto, através da experiência pessoal.
* Pode ter a retrocognição extrafísica, isto é, lembrando de suas vidas anteriores e comprovando, realmente, por si mesmo, a existência da reencarnação.
* Pode prestar assistência extrafísica através de exteriorização de energias fora do corpo, para doentes desencarnados e encarnados.
* Pode fazer a desobsessão extrafísica.
* Pode encontrar com pessoas amadas fora do corpo.
* Pode adquirir conhecimentos, diretamente, com amparadores fora do corpo.

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