SE É A MERA CURIOSIDADE QUE AQUI TE CONDUZ, DESISTE E VOLTA; SE PERSISTIRES EM CONHECER O MISTÉRIO DA EXISTÊNCIA, FAZ O TEU TESTAMENTO E DESPEDE-TE DO MUNDO DOS VIVOS.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

LEMAS DO AIKIDO

TESE PARA NIDAN Faixa preta 2 grau

Auno: Sidney Coldibelli:
Mestre: Wagner Bull


LEMAS DO AIKIDO

Em quase todos os treinos dos quais participamos, ao final deles, relembramos os Lemas do Aikido conforme ensinados no Instituto Takemussu. São 14 “mandamentos” que, em tese, regem o comportamento de todo aikidoísta.

Digo em tese, pois em um recente seminário realizado em São Paulo, durante o almoço em que estávamos sentados vários companheiros de treino em volta de uma mesa, ouvi, de um aluno na época faixa branca, a seguinte pergunta:

“- Você, que é faixa preta, consegue praticar os Lemas do Aikidô no seu dia-a-dia? Eu acho muito difícil por em prática estes ensinamentos, principalmente nos dias de hoje”.
A pergunta dele não me surpreendeu, pois durante alguns anos, no começo de meus treinamentos, eu também pensava assim. Considerava que quem conseguisse por em prática aqueles 14 itens seria um santo. E eu nunca me senti como um. Tampouco tinha vontade de sê-lo.

INTRODUÇÃO AOS RITOS E RITUAIS HERMÉTICOS E ALQUÍMICOS

INTRODUÇÃO AOS RITOS E RITUAIS
HERMÉTICOS E ALQUÍMICOS DO SÉCULO XVIII
JOSÉ MANUEL ANES


A Alquimia operativo-laboratorial (1) - a que é praticada em laboratório - é um rito sacrificial em que o alquimista sacrifica a matéria, constituindo esse rito (2) urna actividade individual. Apesar disso, os alquimistas reuniam-se por vezes em escolas, mesmo que reduzidas ao Mestre e ao discípulo, e trocavam opiniões entre si dentro de uma mesma escola, ou entre alquimistas de diversas escolas (3).

Existiram, no entanto, a partir de meados do século XVIII (e sobretudo nesse século), ritos e rituais herméticos e alquírnicos que não pretendiam fazer alquimia, mas preparar o candidato para uma assimilação dos princípios herméticos e da prática alquímica, num contexto ritual e dentro de um grupo organizado, através de uma cerimónia iniciática onde seriam revelados - na iniciação, na instrução e no catecismo - os segredos alquímicos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

DOR e DESABAFO

Muitas pessoas estão presas a conceitos antigos e, conceitos estes errados. Que prenderam e aprisionaram a liberdade e o intelecto de cada um. Muitos que chegam aqui ou em outros blogs e sites, e até livros sobre ocultismo e magia estão presos a termos assustadores limitando o desenvolvimento espiritual individual e coletivo.

Somos postos nesse mundo para nos amarmos e sermos livres. Viemos aprender e ensinar, comunhão, apoio, ajuda, caridade, fraternidade, irmandade.

Falar sobre palavras que estão marcadas na mente das pessoas como alvorecer, nova ordem mundial, nora era, já traz em mente algo sobrenatural ou oculto, que leva para o lado malévolo. Procurem estudar, se aprimorar e entender a Verdade nas Palavras Sagradas e nos Sinais que estão impressos no mundo e em NÓS!!. Religião qualquer que seja ensina o amor ao próximo e não a desconfiança, o isolamento e a excomunhão dos que não participam desta ou daquela... o AMOR é total para todos e não para alguns. 

Enxerguem seus defeitos, descubram o abismo e a podridão que existem no coração de vocês... sejam verdadeiros e limpos. Purifiquem de dentro para fora e compreendam o TODO. Para ter o efeito que todos desejam de salvação, tem que ter a parceria mutua... só orar e pedir a deus, Deus, deuses, anjos e afins... precisa da parceria do pedinte... tenham isso em mente... é como ir ao medico tomar vacina para gripe...se você não parar em casa, se agasalhar e se proteger... mas, continuar indo pra chuva e ficando em lugar frio e úmido...certamente ficará doente novamente....

Parece que as pessoas gastam mais tempo dando exemplos de coisas ruins que uns e outros fazem do que, simplismente mostrar as coisas boas que deveriamos fazer. Não fiquem mais presos, s elibertem e não deixem suas mentes limitadas. Façam como a natureza, ela não julga o que seria ruim ou bom, o que acontece no decorrer de um dia, faz com que continue o ritmo da vida de forma bela e maravilhosa.

Não reclame, seja amororso com todos e com tudo.

MESTRES


Acredito que logo farei um Up load neste post para colocar os nomes e mais imagens com outros mestres...




sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Simbolo do Labirinto


O símbolo do Labirinto exemplifica perfeitamente o processo do Conhecimento, ao menos em suas primeiras etapas, naquelas em que o ser tem de se enfrentar com a densidade de seu próprio psiquismo (reflexo do meio profano em que nasceu e vive), isto é, com seus estados inferiores, separando alquimicamente o espesso do sutil, que a alma experimenta como sucessivas mortes e nascimentos –solve et coagula–, destinando ao mesmo tempo numerosas provas e perigos que somente fazem traduzir o próprio conflito ou psico-drama interior.

Esse desassossego é próprio daquele que, tendo abandonado suas seguranças e identificações egóticas, descobre ante si um mundo completamente novo e, portanto, desconhecido, mas para o qual se sente atraído, porque na verdade intui que ao atravessá-lo é que poderá se reencontrar com sua verdadeira pátria e destino. Essa impressão indelével de estarmos totalmente perdidos tem que nos levar imperiosamente a encontrar a saída, ajudados sempre pela Tradição (e seus mensageiros: os símbolos), que neste caso nos chega por meio do Agartha que, tal como um guia ou eixo, tem de nos conduzir (desde que nossa atitude seja reta e sincera) a um estado de virgindade, a um espaço vazio imprescindível, apto para a fecundação do Espírito, o que se vive no mais interno e secreto do coração.

Devemos assinalar que muitos labirintos representados na arte de todos os povos são autênticos mandalas ou esquemas do Cosmo, ou seja, da própria vida, com suas luzes e sombras, o que nos permitirá compreender que esse processo labiríntico é na realidade uma viagem arquetípica, uma gesta, em suma, que todos os heróis mitológicos e homens de conhecimento têm realizado, e que nos servirá de modelo exemplar a imitar, tal e como estamos vendo na série “Biografias”. Na verdade, a viagem pelo labirinto é uma peregrinação ligada à busca do centro, e neste sentido é importante destacar que em muitas igrejas medievais figurava um labirinto (como em Chartres, em meio do qual aparecia antigamente o combate entre Teseu e o Minotauro) que percorriam de forma ritual todos aqueles que, por uma ou outra razão, não podiam cumprir sua peregrinação ao centro sagrado de sua tradição (por exemplo, Santiago de Compostela, ou Jerusalém), o que era considerado um substituto ou reflexo da verdadeira “Terra Santa”, onde os conflitos e lutas se finalizam, possibilitando assim a ascensão pelos estados superiores até conseguir a saída definitiva da Roda do Mundo.
Como dissemos anteriormente, falando da simbólica do Templo, esses labirintos se encontravam justo após a pia batismal (Yesod), e antes de chegar ao altar (Tifereth, o coração), ou seja, entre o batismo de água –relacionado com a regeneração psicológica e as viagens terrestres– e o batismo de fogo, vinculado por sua vez com o sacrifício pelo espírito e as viagens celestes, horizontais uns e verticais os outros. Na Árvore Sefirótica, o labirinto corresponde, pois, a Yetsirah, ou plano das formações, ou das “Águas inferiores”, que o aprendiz tem de atravessar em sua viagem pelos estados e mundos da Árvore da Vida.
Adicionaremos, para finalizar, que no Adam Kadmon microcósmico, ou seja, o homem, este labirinto tem de ser localizado na zona ventral, área que se destaca tanto por suas combustões e revoluções, como pela analogia que apresentam seus órgãos internos com a representação geral do labirinto.

O Simbolo da Pedra



Entre os materiais de construção, o mais importante é naturalmente a pedra. Mas esta, como tudo o que forma parte do Templo, tinha para os construtores das civilizações tradicionais que utilizaram esse material (pois se sabe que antes dele se edificava com madeira), um sentido simbólico bem preciso, que é o que lhe dá toda sua importância desde o ponto de vista sagrado.
A pedra expressa dois aspectos bem distintos. Por um lado, e devido a sua tosquedade e arestas, simboliza a natureza grosseira e imperfeita do homem profano. Por outro, graças a sua solidez e estabilidade, reflete mais do que nenhuma outra coisa a presença imutável de Deus no seio da Criação. E isto é precisamente o que faz que uma determinada pedra seja venerada como sagrada. É o caso dos betylos-oráculos2, que eram geralmente aerólitos, ou pedras “descidas do céu”, e associadas, portanto, com o raio e com a luz. Adicionaremos que “betylo” procede de Beith-El (que significa “Casa de Deus”), nome dado ao lugar onde Jacob repousou sua cabeça e teve o sonho no qual via descer e ascender anjos por uma escada que unia o Céu e a Terra. (Essa mesma palavra, Beith-El, converteu-se posteriormente em Beith-Lehem, ou Belém, a “Casa do Pão”, e designou a cidade na qual devia nascer Cristo, o Verbo descido no seio da substância terrestre).
Por tal razão houve épocas e culturas onde se estava terminantemente proibido talhar as pedras destinadas a um culto especial, pois estas eram consideradas como a própria expressão da substância indiferenciada (a matéria prima) e virginal da natureza divina. Mas este não é o caso dos templos que, como as catedrais, precisam para sua solidez pedras completamente talhadas, esquadrejadas, polidas e trabalhadas com o martelo e o cinzel. A pedra já não expressará essa virgindade indiferenciada, mas o caos amorfo do profano que precisa ser ordenado pelas réguas e métodos da Arte.
Ao polir a pedra bruta, o aprendiz construtor estava realizando um trabalho e um gesto ritual consigo mesmo. A pedra era ele mesmo, e a transformação desta em pedra talhada e cúbica simbolizava a transmutação qualitativa de todo seu ser.
2 N.T. – Betylo - Pedra sem lavrar, ou toscamente talhada, à qual rendiam culto os povos da antiguidade, considerando-a como a representação de uma divindade, ou como a própria divindade.

A Montanha e a Caverna



A montanha, junto com a pedra (forma reduzida desta) e a árvore, com que se encontra associada, é um símbolo natural do “Eixo do Mundo”. Por ser na realidade uma elevação ou protuberância da terra, a estrutura imaginal do homem sagrado vê na montanha um símbolo da sua própria natureza, que aspira verticalmente para o superior ou celeste. Em geral todas as montanhas têm esse significado, mas existem algumas que, devido a certas correspondências espaciais relacionadas com a topografia sagrada estão “carregadas” de influxos espirituais. Estas são as denominadas “Montanhas Santas” ou “sagradas”, morada de entidades espirituais. Por isso, muitos templos e santuários (como é o caso, por exemplo, do Partenon grego) foram construídos nos cumes de determinadas montanhas, ou seja, ali onde a Terra parece tocar o Céu.

Assim a montanha, quanto a sua estrutura, é um arquétipo do templo, o que é especialmente visível nas pirâmides egípcias e pré-colombianas e nos zigurates babilônicos. Relacionado com isto, é significativo o fato de que Dante, na Divina Comédia, situe ao Paraíso Terrenal, ou Jardim do Éden (do qual todo templo é uma imagem simbólica), no cume de uma montanha, que é a “Montanha Polar”, “Celeste” ou “Mítica”, comum a muitos povos tradicionais, como é o caso do monte Meru entre os hindus, o Alborj entre os antigos persas, o Sinai e Moriah entre os hebreus, a montanha Qaf entre os árabes, ou o morro Urulu (ou ¨Ayers Rock¨) entre os aborígines australianos, etc. A vinculação da montanha com o Paraíso nos sugere seu caráter primordial, pois este, ou seu equivalente em qualquer tradição, é considerado como o começo ou origem mítica da humanidade (a “Idade de Ouro”), quando todos os homens sem exceção participavam do Conhecimento e da Verdade. O Paraíso era também a residência da Grande Tradição Universal, conservadora da doutrina e da sabedoria perene, e toda montanha sagrada, como o Éden, é o símbolo do Centro do Mundo. Mas a partir de certa época, e devido às condições cíclicas adversas, o Conhecimento deixou de pertencer à totalidade dos homens, ficando em posse tão só de umas minorias que, para o salvaguardar e o manter através dos tempos, criaram as culturas tradicionais, conformadas pelos ritos e símbolos sagrados. O Conhecimento se repregou no interior de si mesmo, no coração da montanha, ou seja, na caverna, um lugar que por sua situação está oculto e protegido.

Por tal motivo o mundo “supra-terrestre” gerou, em certo modo, o “mundo subterrâneo”. Fez-se invisível. Ocultou-se, mas não desapareceu. A vacuidade escura da caverna substituiu à luminosidade da cúspide da montanha. A Verdade, que nos primeiros tempos era espalhada aos quatro ventos e estava na boca de todos, converteu-se num segredo só percebido no mais interno. A caverna (como o ovo) é também um símbolo do Cosmo, um “Centro do Mundo” igualmente à montanha. Porém, assim como nesta [a Verdade] se manifesta em todo seu desenvolvimento e amplitude, à vista de todos, na caverna, o Centro se mantém invisível, virtual e potencial. O templo é igualmente uma caverna, ainda que esta se encontra mais bem representada pela cripta, situada em muitas catedrais debaixo do Altar, ou seja, sobre o mesmo eixo perpendicular que parte da “chave de abóbada”, ou seja, da sumidade. Na caverna sagrada se produzem as hierofanias e se celebram os mistérios da Iniciação, o mesmo que as “revelações” e “aparições” da divindade. Lembremos que Jesus Cristo nasce num estábulo, equivalente da caverna. Por outro lado, o mesmo esquema simbólico tradicional para representar a caverna é idêntico ao do coração e ao da copa, ou seja, um triângulo eqüilátero com o vértice para baixo, dando a imagem de um recipiente que recolhe os eflúvios espirituais. O símbolo geométrico da montanha é por sua vez um triângulo, mas com o vértice para cima.

Templo - As Colunas e a Porta



As colunas são evidentemente símbolos do eixo. Estão expressando a idéia de ascensão vertical que une a Terra e o Céu. Quando se tratam de duas colunas rematadas em sua parte superior por um arco ou cimbre, este último simboliza ao Céu, enquanto o retângulo que formam as colunas simboliza a Terra. A porta é também uma esquematização da estrutura completa do templo, especialmente visível nos pórticos das catedrais e mosteiros cristãos. Esse semicírculo do arco simbolizando o Céu se encontra no coro do altar ou abside, que é a projeção sobre o plano de base horizontal da cúpula ou abóbada. E o resto do templo, da porta ao altar, representa a Terra.
A porta (emoldurada pelas duas colunas), com sua dupla função de separar e comunicar dois espaços (o espaço profano do espaço sagrado), está em relação com os ritos de “trânsito” ou de “passagem”, ligados por sua vez com os mistérios da Iniciação, que constituem os mistérios da vida e da morte. Trata-se de um simbolismo primordial que se encontra, sob distintas formas, em todas as tradições.
As duas colunas são um símbolo da dupla corrente de energia cósmica, ativa-passiva, masculina-feminina, rigor e graça, que articula o processo da criação universal em todas suas manifestações. Traspassar o umbral do Templo-Cosmo é ser penetrado por esta dupla energia que convenientemente harmonizada nos conduzirá, através de uma viagem regenerativa e por etapas, à saída do mesmo por outra porta, desta vez pequena (a “porta estreita” do Evangelho, ou “olho da agulha” como se diz na tradição hindu), situada na “chave de abóbada”, e, portanto, na sumidade da cúpula. “Eu sou a Porta”, diz Jesus Cristo, “e quem por mim passa vai ao Pai”. A porta de entrada ao templo, e a que está simbolicamente na sumidade da cúpula, são respectivamente, e utilizando a simbologia da Antigüidade greco-latina, a “porta dos homens” e a ”porta dos deuses”, as duas portas zodiacais de Câncer e Capricórnio. Pela “porta dos homens”, há o nascimento ou a entrada no Cosmo; pela “porta dos deuses”, deixa-se ele, acessando à realidade supracósmica, além do Ser, não condicionada por nenhuma lei espaço-temporal, e da qual nada pode se dizer.
Por sua relação com a caverna iniciática, o templo é semelhante ao corpo da Grande Mãe, sob seu duplo aspecto telúrico e cósmico. As duas colunas são também as duas pernas da Mãe parturiente, em cuja matriz o neófito, que vem do mundo das “trevas profanas”, morre para sua condição anterior, renascendo na verdadeira Vida. Trata-se naturalmente de uma iluminação na esfera da alma, do nascimento do Homem Novo que habita em cada um de nós.
Pela Iniciação, o Cosmo, com todos seus mundos e planos, aparece como a autêntica casa ou morada do homem, na qual já não se sente estranho ou alheio, pois morreu para o velho homem, e se reintegrou ao pulsar do ritmo universal, do qual toma parte.

Templo - A Nave



A nave, por sua estrutura, aparece como uma imagem simbólica do Cosmo. Seu mastro central representa o Eixo do mundo, que vai do zênite ao nadir, e a gávea, que em muitas ocasiões o rodeia circularmente por cima, equivale ao “olho do domo” das catedrais e de todo edifício construído seguindo o mesmo modelo cósmico. Advirtamos que o espaço interior do templo cristão também se denomina nave, sendo esta precisamente um dos emblemas dos pontífices católicos, também chamados “pastor e nauta”. Desta forma, a nave está orientada segundo os quatro pontos cardeais: a direção proa-popa assinala o eixo vertical norte-sul, e a direção estibordo-bombordo o eixo horizontal este-oeste. É também uma imagem da Arca boiando sobre a superfície das Águas Inferiores, contendo os germes de um novo ciclo, pelo que também é relacionada com a copa, a matriz, e por extensão com o coração e a caverna.
Lembraremos que o antigo lema dos marinheiros: “Navegar é preciso, viver não é preciso”, ilustra-nos perfeitamente acerca do sentido profundo da navegação, do peregrinar pelas Águas Inferiores em busca do Centro, simbolizado pela ilha ou continente mítico das origens. Efetivamente, a vida não tem nenhum sentido, nenhuma “orientação”, se ela não está concebida como uma aventura em busca do Conhecimento, para o qual é necessário, como se diz no I-Ching, atravessar as “Grandes Águas”, ou o “Mar das paixões” inerentes à individualidade humana, como se afirma no hinduísmo, e em geral em todas as tradições.

O Simbolismo do Templo


O templo reúne dentro de si o espaço e o tempo sagrados. Apenas traspassamos sua porta, faz-se evidente a diferença entre o mundo exterior e profano onde o tempo decorre linearmente e em forma indefinida e amorfa, e o recinto sacro, onde se percebe um tempo mítico e significativo: o “tempo” das origens do ser humano, a eternidade e a simultaneidade, conhecidas e compreendidas na interioridade do homem que estabelece esta comunicação ritual desde as profundezas do templo.


HERMETISMO - O Símbolo do Coração


O órgão fisiológico do coração não é, como se crê de ordinário, a sede do sentimento e do sentimentalismo mais pacato, senão que ele foi tomado em todas as tradições como um dos símbolos mais patentes e claros da idéia de centro. No cristianismo isto é óbvio, pois quando se fala do “Sagrado Coração” de Cristo se está fazendo referência à parte mais central dessa tradição, à própria fonte de onde emana a essência de sua doutrina e seus mais profundos mistérios.

Sua representação iconográfica em forma de triângulo invertido faz dele um recipiente onde descem, e se depositam, os eflúvios celestes que vivificam a totalidade do ser individual, fazendo possível que este tome verdadeira consciência de seu Ser arquetípico. Por isso se fala do coração como o lugar onde reside simbolicamente o Princípio Divino no homem, o Espírito Universal que, com respeito à manifestação, aparece como o menor, sutil e invisível, como bem assinala a conhecida parábola evangélica quando fala do “Reino dos Céus”, assemelhando-o ao grão de mostarda, equivalente na tradição hindu ao “germe contido no grão de milho”, idênticos ao éter ou “quintessência”, que é também o centro ou coração da cruz elementar, tomada neste caso como um símbolo de todo o mundo manifestado.

É desse Princípio de onde, efetivamente, o homem recebe o hálito vital, ao mesmo tempo em que a luz da Inteligência, ou autêntica intuição intelectual, permite-lhe conhecer de maneira direta, simultânea e sem reflexos (ou seja, não dual, racional ou cerebral) a Unidade em todas as coisas. Neste sentido, lembraremos que na Cabala a sefirah Tifereth (que na simbólica construtiva corresponde ao altar do templo) é chamada o coração da Árvore da Vida, pois ao estar situada no próprio centro do pilar do equilíbrio faz possível que nela se unifiquem e sintetizem as restantes sefiroth. Por isso, esta sefirah também é chamada “Harmonia”, entendida como a autêntica expressão da “concórdia” universal, palavra que precisamente significa “união dos corações”.

Hermes na Alquimia


Referir-nos-emos agora a Hermes, deidade chave na tradição egípcia, grega e romana. Thot, o Hermes egípcio, que na Alexandria é conhecido como Hermes Trismegisto, ou seja, o possuidor das três quartas partes da sabedoria universal, é identificado igualmente com o Hermes grego e com o Mercúrio romano. Sempre se considerou este deus como uma imagem da transmissão, e a isso se deve que os atributos com os quais é identificado, capacetes e sandálias aladas, estejam relacionados com o vento. Uma de suas características é a rapidez de seu deslocamento, o que na Alquimia pode ser observado, de forma análoga, quanto ao metal do mesmo nome, que conhecemos como Mercúrio em sua versão latina.

HERMETISMO - Signos do Fogo

ÁRIES: O Cordeiro é o primeiro signo da roda zodiacal, aonde esta começa sua rotação retrógrada. Sua energia é vital, e tem que ter a força necessária para mover toda a roda sob seu impulso. Seu regente é Marte, deus da guerra e se lhe costuma fazer ligação com a violência, mas sempre com a energia necessária a toda ação paciente e duradoura. Se a paixão é um de seus atributos, a experiência leva a temperar o caráter de Áries e a enriquecer suas virtudes.

LEÃO: Colocado no centro do solstício de verão, a localização de Leão (Rei da Selva) no meio do ano e em metade do verão, fazem dele um signo tão ardente como resplandecente. O amarelo dourado do leão, o sol (que o rege), e o ouro, conjugam-se no brilho de Leão, que o leva à maturação dos frutos.

SAGITÁRIO: O fogo de Sagitário (o arqueiro) não é arrebatador, nem se deixa ganhar por uma excessiva euforia. Os grandes ardores passaram, e o calor vem dando lugar à luz clara de Sagitário, onde os contornos das coisas se perfilam como mais nítidos. Sagitário, regido por Júpiter, envia sua flecha para o Sol, devolvendo a este a seiva da vida que dele recebeu.

HERMETISMO - Signos da Água

CÂNCER: A água irriga com sua fertilidade as maravilhas da terra, às quais fecunda. A água é passiva com respeito ao fogo, e como tal se a pode ver em lagos e rios. A imaginação e a criação assinalam o signo do caranguejo como a potência generativa, ou núcleo das grandes possibilidades. Seu regente é a lua.

ESCORPIÃO: Signo de água, o Escorpião se revolve sobre si mesmo, e finca sua cauda envenenada em seu próprio corpo, que permanentemente ressuscita. Seu veneno é fatal, e o caráter deste signo, vinculado com os genitais, surpreende por sua complexidade e profundidade. Seu regente é Marte. Talvez seja o signo mais forte do zodíaco, sobretudo na época atual.

PEIXES: Simboliza águas mais mansas do que as de Escorpião. Os peixes nadam cômoda e relaxadamente sem se preocuparem demasiado pelas coisas. Sua comodidade lhes é quase indispensável, já que sem ela não podem viver, tal é seu costume. Seu caráter aparece como frágil e com fluidez se manejam pelo mundo.

HERMETISMO - Signos do Ar

GÊMEOS: Os gêmeos constituem o primeiro signo de ar e, como tal, se expandem ao longo do ano. Regidos por mercúrio, são dois redemoinhos de vento que se unem num ponto, manifestando a imobilidade e a evolução. Os análogos se atraem e se repelem e, nessa constante dança cósmica, as coisas se reproduzem de maneira natural.

LIBRA: Aporta em sua balança o segredo do equilíbrio. Regido por Vênus, seu ar é um sopro contínuo, uma brisa temperada e conservadora. No entanto é versátil, e o menor influxo pode fazê-la mudar. Reta na intenção, chega às vezes ao desequilíbrio, para voltar a se harmonizar.

AQUÁRIO: Se o ar se estabilizou, pode, no entanto, transformar-se repentinamente num redemoinho, num ciclone ou num Furacão. O vento do signo do Aguador é criador, e dele surgem as possibilidades germinais de outras realidades. Passados os efeitos do furacão, a terra nasce como nova e beneficiada.

HERMETISMO - Signos da Terra

TOURO: É caracterizado pelo touro, animal obviamente relacionado com a terra, cuja força de trabalho, teimosia e insistência são conhecidas. A extraordinária vitalidade de Touro supera seus próprios esforços e, vez por outra, arremete sobre seus propósitos e contra seus inimigos, obtendo assim conquistas e resultados constantes. O touro é um símbolo interno de abnegação e luta, que com o tempo tem de terminar com sucesso, pois sua fortaleza está unida à perseverança. É um signo regido por Vênus.

VIRGEM: É conhecido por sua sensatez e sua paciência, à qual une um caráter prático e sereno. É singelo e muito afeiçoado a suas maneiras, e pensa não precisar da imaginação porque sabe que esta pode perturbá-lo. O planeta Mercúrio rege o signo da Virgem e lhe agrega uma mobilidade imprescindível e apenas suficiente.

CAPRICÓRNIO: A cabra firma seus pés sobre a terra e em delicado equilíbrio se impulsiona para o mais alto do morro, descobrindo caminhos praticamente inacessíveis para todos os outros animais. Se for importunada, investe sem se fixar. Se for deixada livre, ascende por sua própria natureza destemida, constante e escaladora. Saturno rege este signo e o faz profundo.

HERMETISMO - O Atanor


Os princípios alquímicos, bem como os metais, não devem confundir-se com as substâncias que os simbolizam. O alquimista aprendiz, conjugando e ordenando estas energias sutis, experimenta a transmutação que sua Ciência promove, utilizando para isso o Atanor, esse forno ou caldeira onde cozinhará sua obra.

O Cosmo todo pode ser observado como um grande Atanor no qual estas forças se inter-relacionam, opondo-se e se conjugando perpetuamente, tal qual o afirma o Corpus Hermeticum. No interior do alquimista (microcosmo) ocorre o mesmo: estes princípios e elementos se combinam entre si produzindo desequilíbrios, combustões, alterações e contradições. Mas o iniciado sabe que no constante desequilíbrio das partes em que aparentemente o Cosmo se divide, radica o equilíbrio do conjunto, a ordem do todo.

Temos de dizer também que o Atanor está construído em quatro níveis sobrepostos, e pode ser considerado como uma reprodução em miniatura do macrocosmo, e igualmente do microcosmo, ou seja, do universo e do homem. Estes quatro níveis se equivalem aos quatro planos ou mundos da Árvore Sefirótica, pelo que seria muito interessante serem feitas as respectivas correspondências entre um e outro. No primeiro nível se encontra o fogo indispensável para a Obra. O segundo e o terceiro, onde se cozem propriamente as substâncias, são verdadeiramente transformadores, e às vezes se os costuma considerar como um só corpo. No quarto nível, as formas e a matéria se volatilizam e existem de uma maneira distinta e transcendente. Os gases, que ocupam a parte superior do Atanor, estão vinculados com o sutil, enquanto a substância da Grande Obra se relaciona com o denso. Este processo de perpétuo refinamento e reciclagem de energias é a chave da Alquimia, que costuma trabalhar a favor do Tempo. A transformação da matéria num modo de realidade diferente é o propósito do sábio alquimista.

Isto, no entanto, é ignorado pelo homem ordinário, que se deixa levar pela corrente da manifestação universal, que vai do sutil ao grosseiro, do único ao múltiplo. Esta corrente, que está destinada a destruir, separar e dividir, é a que impera no mundo profano; mas o adepto avança num sentido inverso: do denso ao etéreo, construindo a ordem a partir do caos, unindo os fragmentos dispersos da multiplicidade da manifestação transitória e aparente e sempre procurando, e finalmente achando, a perfeição que simboliza o ouro, o “elixir da imortalidade” ou a Pedra Filosofal, a realidade única que transcende toda manifestação.

HERMETISMO - Alquimia e Trasmutação dos Metais


A Arte alquímica, ao tratar da transmutação dos metais, considera estes como os símbolos das mudanças psicológicas que nos primeiros tempos operam no aprendiz, que estudando com concentração e paciência os textos sagrados e os vivenciando em seu Atanor interno, irá observando as transformações que produz uma nova visão. Desta maneira, perceberá coisas que se lhe escapavam, detalhes nos quais não reparava, e que se lhe vão apresentando carregados de significação. O fascinante processo das transmutações metálicas gera no aspirante uma reverente discrição. Por isso a ciência alquímica é um espelho em que o aprendiz deve se olhar para compreender a estrutura do Cosmo, sua própria constituição. Neste sentido, a busca e a investigação tradicional é especialmente importante.


Por outro lado, relacionamos o processo alquímico com o processo de iniciação, conhecido e praticado desde sempre pela Tradição Unânime e pela Antigüidade. Esta é a Alquimia espiritual, que não se contrapõe, mas, muito pelo contrário, complementa-se com as operações materiais, psicofísicas. A transmutação interior se expressa na psique como uma revolução ou regeneração de valores completa, que inclui a morte do velho homem e o nascimento do Novo Homem. Esta gestação se compara com o nascimento de um mundo, pelo que se corresponde com a Cosmogonia. Por outra parte, o Caminho ou Via iniciática é também réplica do percurso da alma post mortem e inclui a imersão no país dos defuntos. O alquimista, sujeito e objeto desta ciência, deve velar, forçar-se a compreender, ainda que paradoxalmente saiba que os resultados de sua arte só se obtêm com suma paciência e cuidado, e que em ocasiões tem de redobrar esforços. A deidade é permanente assombro e não se deixa conhecer sem sacrifício, ou seja, sem um “ato ou ação sagrada”, que é o que a palavra sacrifício (do latim sacrum facere) quer dizer exatamente. Desta forma, é sabido que os alquimistas da Antigüidade, como os medievais e renascentistas, usavam da oração como um meio efetivo de transmutação e de comunicação com o espírito e a alma do mundo, que através de seus eflúvios temperavam seu caráter.

HERMETISMO - A divisão em doze signos

A Astrologia (Astronomia judiciária) na Antigüidade era a mesma ciência que a Astronomia, só que seu interesse se centrava na observação dos ciclos e suas reiterações, com propósitos essencialmente prognosticadores. Assim, a Astrologia lia os destinos particulares com base nos ritmos cósmicos e nas coordenadas celestes. Em todo caso, Astronomia e Astrologia têm como ponto básico comum a roda zodiacal, composta de 12 signos, ou estádios que o Sol em seu percurso anual toca. Na realidade, o zodíaco é imaginário, pois se trata da partição em 12 segmentos da abóbada celeste e constitui um plano ideal paralelo à eclíptica, ou seja, tangencial ao eixo do mundo. Se a abóbada celeste está representada pelos 360 graus da circunferência, cada uma destas 12 partes ou símbolos, quase todos animais, contará com 30 graus, e estas se sucederão regularmente ao longo do ciclo anual. O zodíaco é, pois, fundamentalmente, uma medida do tempo (enquanto os astros se referem mais especialmente ao espaço) e como tal deve se tomar. Por outra parte, lembraremos que zodíaco significa “roda da vida” e é óbvia a vinculação com o movimento.

A sucessão dos signos é a seguinte: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Os 12 signos zodiacais, por sua vez, admitem uma divisão tradicional quaternária em correspondência com os elementos da Filosofia, da Ciência da Antigüidade e da Alquimia.

HERMETISMO - Alquimia e Trasmutação

Já dissemos que toda a transmutação alquímica, seja material, psicológica ou espiritual, é produzida pelo fogo. Quem aspira ao Conhecimento tem de saber que seu fogo interior –a sede pela Verdade e seu amor a ela– tem que ser constante e contínuo, ou seja, que não se acenda tanto que por sua causa arda e se perca nosso ânimo, e também que não diminua a ponto de se apagar. É o delicado jogo dos equilíbrios de que falavam os alquimistas medievais e renascentistas, os quais também aconselhavam que em todas as operações deviam prevalecer as virtudes da paciência e da perseverança. Na manutenção desse fogo e no controle natural de sua potência, radicam os princípios fundamentais da Alquimia. Não obstante, para harmonizar essas energias é imprescindível conhece-las e experimentá-las, sem negá-las nem dá-las por supostas. Muito pouco sabe o homem ordinário do conhecimento de outras realidades e de si mesmo, mesmo no mais elementar. Considera que sua “personalidade” (quer dizer, seus egos, fobias e manias) é sua verdadeira identidade, sem perceber que extraiu esses condicionamentos do meio, de modo imitativo, carente de significado e de transcendência.


A Ciência Sagrada representa uma guia e um caminho que existe para canalizar nosso processo para o Conhecimento. O aprendiz alquimista tem de compreender que a mente condicionada não pode consigo mesma, e que é necessário reconhecer nossa ignorância, que muitas vezes não é senão afeição a descrições da realidade puramente ilusórias, por meio das quais organizamos nossa existência. A Doutrina Tradicional constitui uma garantia neste sentido, pois facilita e concentra a manutenção desse fogo interno através do entendimento gradual que em nossa aprendizagem vamos obtendo de seus ensinos.

HERMETISMO - Os 4 Elementos



Os 4 Elementos - É conhecida a divisão em quatro elementos que a Antigüidade greco-romana estabeleceu em suas cosmogonias. Como nossos leitores sabem eles são Fogo, Ar, Água e Terra, e se encontram presentes em tal ou qual proporção em tudo aquilo que consideramos como matéria. Aliás, estes elementos formam uma corrente, ou série sucessiva, já que o Fogo se equipara ao princípio vital que o Ar transporta e a Água difunde, até se concretizar na Terra. Há, por isso mesmo, distintas relações entre estes elementos, a ponto de que a série pode alterar sua ordem, inclusive invertê-la.


HERMETISMO - Astrologia, Planetas e Alquimia


Vêem-se aqui algumas características a respeito dos sete planetas que, como já vimos, articulam-se perfeitamente no diagrama cabalístico:



HERMETISMO - Básico de Alquimia


Outra das artes herméticas é a Alquimia. Assim se chamava na Antigüidade a ciência das transmutações, minerais ou vegetais, da natureza. Estas operações têm uma réplica no homem, que pode se ver nelas como num espelho que refletisse seu próprio processo de desenvolvimento e simbolizam a possibilidade da regeneração. Ou seja, a de mudar de condição e de forma, a tal ponto que a substância com que se trabalha –neste caso a psique humana nos primeiros níveis– passe a ser uma coisa distinta da que conhecemos atualmente. Esta busca e achado do Ser é, em suma, a autêntica Liberdade, não empanada por nenhum preconceito, e pode ser equiparada a um novo nascimento.



HERMETISMO - Astronomia

Astronomia - Astrologia




Queremos nos aproximar ao tema da Astrologia como ciência cosmogônica e veículo de realização. Damos aqui os símbolos dos planetas e dos signos zodiacais, para aquele que ainda não está familiarizado com eles. Se não os conhecer, é oportuno também tratar de os desenhar e, sobretudo, de os identificar. Começaremos a tratar esta ciência cosmogônica, eminentemente simbólica, pois ela constitui um dos caminhos mais importantes para o conhecimento espacial e temporal da realidade na qual estamos inscritos.



Para isso começaremos com algo tão singelo como os nomes e signos dos sete planetas tradicionais, assimilados a deuses, e a suas andanças pelo espaço celeste, só limitado pelo cinturão zodiacal.





HERMETISMO - A TRADIÇÃO HERMÉTICA



A TRADIÇÃO HERMÉTICA
As verdades eternas, conhecidas unanimemente e expressadas por sábios de todos os tempos e lugares, plasmaram-se no Ocidente no pensamento de culturas estreitamente inter-relacionadas, que em distintos momentos floresceram em regiões localizadas entre o Oriente Médio e a Europa, durante esta quarta e última parte do ciclo, à qual se chamou Kali Yuga ou Idade do Ferro, e que sempre se vinculou com o Oeste.

A INICIAÇÃO


Não dormes sob os ciprestes,
Pois não há sono no mundo.
O corpo é a sombra das vestes
Que encobrem teu ser profundo.
Vem a noite, que é a morte,
E a sombra acabou sem ser.
Vais na noite só recorte,
Igual a ti sem querer.
Mas na Estalagem do Assombro
Tiram-te os Anjos a capa.
Segues sem capa no ombro,
Com o pouco que te tapa.
Então Arcanjos da Estrada
Despem-te e deixam-te nu.
Não tens vestes, não tens nada:
Tens só teu corpo, que és tu.
Por fim, na funda caverna,
Os Deuses despem-te mais.
Teu corpo cessa, alma externa,
Mas vês que são teus iguais.
A sombra das tuas vestes
Ficou entre nós na Sorte.
Não estás morto, entre ciprestes.
Neófito, não há morte.
Fernando Pessoa
A Iniciação nos Mistérios supõe uma completa transmutação que terá de se operar gradualmente no adepto, em diversos níveis, durante o caminho para o conhecimento de si mesmo; é uma via gradual na qual se conhecerão, pouco a pouco, os distintos estados do ser.



O termo “iniciação”, derivado do latim initium, significa “começo” e também “entrada”. Por um lado, supõe o início de um processo de conhecimento da realidade Metafísica e, por outro, o ingresso num caminho verdadeiramente espiritual que terá de conduzir a uma real “deificação” daquele que o possa empreender e continuá-lo até o fim.

O iniciado deverá morrer para o mundo profano e ilusório e perder a falsa identidade com seus aspectos puramente individuais, passageiros e mortais, e simultaneamente ressuscitará para um mundo sagrado e verdadeiro que lhe identificará melhor com o real e imutável, com aquela essência pura e imortal que constitui seu verdadeiro Ser. Este percurso supõe uma viagem interior, e irá acompanhado do conhecimento de outros mundos que estão aqui e agora, mas que a mente ordinária nem sequer pode imaginar.
Para que a Iniciação ocorra, será necessário que o adepto permita que os símbolos e ritos sagrados, proporcionados pela doutrina da Tradição Unânime, penetrem em seu interior e operem essa transformação integral, que terá que se produzir quando estes instrumentos despertadores da consciência ordenem a inteligência e toquem as fibras mais sutis e imperceptíveis que se conectam com as verdades eternas. Ela comporta um desenrolar de potencialidades ocultas e misteriosas, que jazem em nossa própria interioridade, e um desenvolvimento das possibilidades verdadeiramente espirituais, que no estado ordinário se encontram adormecidas. O estudo dos códigos simbólicos tradicionais –como aqueles que são proporcionados por nosso Programa–, bem como a meditação e a concentração –e a prática dos rituais iniciáticos–, serão veículos adequados para que esta transmutação e despertar da consciência sejam produzidos e se substituam progressivamente os apegos e as falsas identificações por aquilo que se denomina a Suprema Identidade.
Este processo, simbolizado claramente pela transmutação dos metais que propõe a Alquimia, bem como pelas diversas etapas contempladas no simbolismo construtivo, supõe duas fases: a primeira delas é chamada iniciação virtual e vai desde o começo da Obra até a consecução do estado de “homem verdadeiro”, passando por diversos graus que suporão a superação de provas que terão de determinar se o candidato está qualificado; a segunda –chamada Iniciação real ou efetiva– supõe o conhecimento e a experimentação de estados supra-humanos e atingir o estado de “homem transcendente”.
O candidato à Iniciação é como uma semente que, contendo todas as possibilidades de desenvolvimento e procriação, não as poderá plasmar enquanto não penetrar o interior da terra –a caverna iniciática–, descendo aos infernos e morrer, para nascer de novo. É por isso que o recém iniciado é chamado “neófito”, ou planta nova (neo = nova; fito = planta), pois já venceu a primeira morte e está pronto para empreender seu desenvolvimento vertical e ascendente.
Esta morte comporta uma completa dissolução dos estados anteriores, que deverá ser repetida cíclica e gradualmente –em diversos níveis cada vez mais sutis e elevados– durante o curso do processo iniciático, até que renasça o homem novo, o homem verdadeiro, totalmente regenerado, que terá desenvolvido o leque de suas possibilidades humanas e estará pronto para transcender aos estados supra-individuais e recobrar seu verdadeiro Ser. Terá assim retornado ao estado virginal das origens, à pátria celeste.
Não queremos terminar sem dizer algo muito importante para se ter em conta no processo iniciático ou de conhecimento: o de não confundir o plano psicológico com o espiritual, erro que é muito freqüente hoje em dia. Isto acontece porque o espiritual foi negado ao se fazer uma diferença cortante entre alma e corpo, outorgando-se-lhe então a tudo o que não é material, ou corporal, uma categoria espiritual, ou pseudo-espiritual.


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Superman, Ordens Iniciaticas e Cultos Solares

Isso não é uma verdade e sim uma suposição criada e pensada  por mim.


Estava esses dias atrás assistindo um programa relacionado ao Superman e, veio um lampejo a respeito de alguns símbolos usados pelo personagem famoso dos quadrinhos, que, me deixaram bastante intrigado a respeito de seu uso e a ligação ou semelhança a respeito de símbolos de ordens e assuntos esotéricos.


Vamos lá.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Hieros Gamos e Magia Sexual


“I am all that has been, that is, that shall be,
and none among mortals has yet dared to raise my veil.”
Hoje vamos falar de algo que certamente vai interessar para todo mundo (ou quase todo mundo). Sexo!
Na Antiguidade, entre os estudiosos, sacerdotes e iniciados, o sexo era considerado algo sagrado e uma maneira de se reconectar com o EU divino que habita cada um de nós, como uma das formas mais bonitas de “Religare” e sempre esteve associado a muitas comemorações e rituais de fertilidade.
O reino do sexo mágico é o domínio e o poder do feminino.

Antes de começar, quero deixar claro que sempre existiu o sexo “vulgar” ou profano, que a maioria das pessoas conhece e pratica normalmente. O sexo sagrado, envolve todo um ritual de entrelaçamento das energias entre os chakras fortes masculinos femininos durante o ato sexual entre dois iniciados. Durante esta relação, o casal canaliza e amplia suas energias através de seus chakras, desde o Muladhara na penetração, despertando a Kundalini (serpente sagrada), florescendo por entre os nadis dos amantes até o Sahashara, gerando um fluxo gigantesco das energias telúricas e projetando-as para o universo, ou utilizando estas sobras de energia para a realização de determinados rituais.
Através do sexo sagrado, o corpo da mulher se torna um templo a ser venerado e o enlace entre o sacerdote (que assume o papel de um deus) e a sacerdotisa (que assume o papel de uma deusa) adquire uma conotação ritualística capaz de despertar grandes energias e até fazer com que eles cheguem à iluminação (e a orgasmos muito mais fortes!).

Avalon e seus mistérios final


Eu era rainha e perdi a minha coroa,
Mulher e quebrei os meus votos;
Amante e arruinei quem amava:
Não há maior massacre.
Há poucos meses atrás eu era rainha,
E as mães mostravam-me os seus bebês
Quando eu chegava de Camelot a cavalo.
*Guinevere de Sara Teasdale
Como a quarta parte deste pequeno estudo sobre as lendas esotéricas do Rei Arthur, comentaremos sobre o elemento TERRA,representado nas lendas arthurianas por Camelot e pela Távola Redonda.
Para quem chegou agora no blog, recomendo que leiam antes os textos a respeito dos outros elementos: FOGO, ÁGUA e AR.



Desde os mais remotos períodos, o Elemento Terra está associado aos rituais de fertilidade e prosperidade. No Egito e na Babilônia, era a partir da uva e do trigo que se realizavam os rituais de plantação, chegando até a consagração final do ritual de prosperidade do pão e do vinho, que eram repartidos entre os companheiros (esta palavra vem de “Companionem”, ou aqueles que dividem o pão). Jesus, como sacerdote essênio, realizou este mesmo ritual no Pessach, que ficou conhecido pela posteridade como a “Santa Ceia”.
Apesar de hoje ele ser sempre lembrado como cristão, a origem deste ritual é babilônica. Dos ritos Osirianos até os essênios, a tradição do pão e do vinho dividido entre os sacerdotes pode ser encontrada ao final das grandes celebrações. E com Yeshua e seus apóstolos não seria diferente.

Fogo - Avalon e seus mistérios III

Dando continuidade aos posts a respeito da lenda do Rei Arthur, já falamos anteriormente sobre a água  e o ar. Hoje falaremos de outro elemento extremamente importante nas lendas Arthurianas, o Fogo, presente nas alegorias envolvendo a lança Longinus e o Cajado de Merlin. Fiz a Árvore Genealógica de Yeshua até Arthur.


A história de Merlin começa com ninguém menos do que José de Arimatéia, ou Yossef Rama-Thea. José de Arimatéia aparece nos quatro Evangelhos, que o mencionam no contexto da Paixão e da morte de Cristo. Era oriundo de Arimatéia (Armathahim, em hebreu), um povoado de Judá — a atual Rentis — situado a 10 km a nordeste de Lida, que por sua vez é o provável lugar de nascimento de Samuel (1Sam. 1,1). Homem rico (Mt. 25,57) e membro ilustre do Sinédrio (Mc. 15,43; Lc. 23,50), José tinha em Jerusalém um sepulcro novo, cavado na rocha, próximo do Gólgota. Era discípulo de Jesus, mas mantinha isso em segredo, tal como Nicodemos, por temor às autoridades judaicas (João 15,38). 
Lucas afirma que ele esperava o Reino de Deus e que não tinha concordado com o Sinédrio na condenação de Jesus (Lc. 23,51). Nos momentos cruéis da crucificação não teme expor-se e pede a Pilatos o corpo de Jesus (o apócrifo “Evangelho de Pedro”, do século II, diz que esse pedido foi feito antes da crucificação. [2,1; 6,23-24]). Uma vez concedida a permissão pelo governador, José desprega o crucificado, envolve-o num lençol limpo e, com a ajuda de Nicodemos, deposita Jesus no sepulcro de sua propriedade, que ninguém antes havia utilizado. Depois de fechá-lo com uma grande pedra (Mt. 27,57-60, Mc. 15,42-46, Lc. 23,50-53 e João 19,38-42), foram embora. Até aqui, os dados históricos/bíblicos.


A partir do século IV começaram a aparecer tradições essênias envolvendo a figura de José. Em um texto apócrifo do século IV — as “Atas de Pilatos”, também chamadas de “Evangelho de Nicodemos” — narra que os judeus reprovaram o comportamento de José e de Nicodemos em favor de Jesus, e que por isso José foi mandado para a prisão. Libertado milagrosamente, aparece primeiro em Arimatéia e de lá se dirige a Jerusalém, onde conta como foi libertado por Jesus. Mais impressionante ainda é a obra “Vindicta Salvatoris” (“A vingança do Salvador”, também provavelmente do século IV), que teve grande difusão na Inglaterra e na Aquitânia. O livro narra a marcha de Tito à frente das suas legiões para vingar a morte de Cristo. Ao conquistar Jerusalém encontra José preso numa torre, onde fora posto para morrer de fome, mas que sobrevivera graças a um alimento celestial.

Ar - Avalon e seus misterios II


A história do Rei Arthur e da Távola Redonda é uma das mais fascinantes e misteriosas de todas as grandes histórias da humanidade. Fruto de quase mil anos de alegorias, fatos históricos, fatos ocultistas, lendas e curiosidades amalgamadas em um conto fantástico que até os dias de hoje gera curiosidade e respeito.
Nos próximos posts, vamos conhecer a fundo as origens de cada elemento presente nas histórias do Rei de Camelot.

Água - Avalon e seus mistérios

A Cornucópia


Um dos amuletos mais comuns e conhecidos no mundo são os pedaços de chifres e cornos (ou metais e corais moldados à forma de um chifre). Este amuleto é também chamado de Cornucópia de Amaltea e sua origem data das celebrações gregas.
E quem era Amaltea?
Amaltea era uma cabra descendente do Sol que vivia numa gruta no monte Ida, em Creta. Ou segundo outras fontes, era uma ninfa, filha de Meliseo, que alimentou Zeus com o leite de uma cabra.
Segundo as lendas, quando Zeus era pequeno e estava escondido de seu pai, Saturno(Chronos) e era tratado por Amaltea, num ataque de ira, o deus menino agarrou com força o corno da cabra, puxou-o e arrancou-o, produzindo uma enorme dor à sua cuidadora. Quando Zeus ficou adulto, ele concedeu ao chifre arrancado o dom da abundância; a partir desse momento o chifre estaria sempre cheio de alimentos e bens que o seu dono possa desejar.
Quando Amaltea morreu, foi levada a Zeus, que a transformou na constelação de Capricórnio. O chifre ficou conhecido como “a cornucópia” ou “o corno da abundância”. Desta maneira, ao mesmo tempo, este símbolo representava o poder fálico dos deuses criadores e o ventre gerador da vida feminino. Traçando um paralelo com a Kabbalah hermética, temos o Caminho de Daleth, entre Hochma e Binah.

Avalon e os Caval(h)eiros

Dica de coleção a ser lida 
            Queda de Atlântida (volume I e II), 
           Ancestrais de Avalon (póstumo e encerrado por sua colega), 
           Casa da Floresta, 
           Senhora de Avalon,
           Sacerdotisa de Avalon, 
            Brumas de Avalon:
                A Senhora da Magia
                A Grande Rainha
                O Gamo Rei
                O Prisioneiro da Árvore

Qualquer um que extrair
esta espada desta pedra
será o rei da Inglaterra
por direito de nascimento
Falar ou escrever com propriedade e fidedignidade sobre o Rei Arthur é uma tarefa muito difícil, porque simplesmente não existe nada historicamente confiável. Aliás, “Arthur” é um herói que nem consta das linhas do tempo nos sites de história ortodoxa. Para suprir esse vazio, abundam as tradições dos antigos trovadores e novelistas que iam de burgo em burgo cantando as proezas heróicas de um grande guerreiro que unificou as tribos bretãs e expulsou os invasores normandos e saxões provenientes do continente europeu no século V de nossa era cristã.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A Arca



Arca da Aliança Hebraica, ou o Tapete Mágico Persa, são a mesmíssima coisa, ambos constituem um recinto único que exibe as Proporções Áureas da Geometria Sagrada, proporções essas, derivadas das Séries Matemáticas introduzidas por Leonardo Fibonacci – as que formam e estruturam à todas as coisas vivas e até os cristais – dando a possibilidade de se trazer à Manifestação na Vida a Poderosíssima Energia do Criador Uno, moldando-a, coagulando-a, e ao fazê-la Trina, permitir que Ela ecoe em nossos Corações, tornando-osCorações Reais [Cor Reale], para em seguida refletirem-se todos, na face iluminada da Lua[Maternal] que está sempre voltada para o Sol [Patriarcal], deflagrando a Egrégora, oQuatro [fases], que nos iluminará a Mente Cognitiva!


Este é um Ritual que se sub-divide em dois outros, bem distintos entre si, um Patriarcal – MAÇONARIA ANCESTRAL: a Ordem Interna, exclusivamente masculino – Osíris, ou p.ex.:Hermes, SalomãoMithra, etc. - devido a poderosíssima polaridade Patriarcal masculina que ostenta, e o outro: ROSE-CROIX, a Ordem ExternaMisto – ÍsisAfroditeMinerva, etc. - devido a receptiva polaridade Virginal Feminina que possue, e que permite a participação de ambos os sexos em cargos oficiais fixos, definitivamente não intercambiáveis.



Aos mais estudiosos, estes Rituais ocorrem astronomicamente entre a Lua Cheia [Maternal] e o Sol do Meio-dia [Patriarcal] e a movimentação dentro dele ocorre sempre no sentido horário, o que permite o ‘burilamento [Buril: pedra de esmeril usada para dar forma, polir, etc., soltando lascas e fagulhas ao retirar asperezas e imperfeições de uma peça metálica] ao ‘forçar’ os Astros no movimento retrogrado, pela nossa passagem [movimentação].

A pergunta, ainda sem resposta, e que precisa ser respondida é: “
O(a) Buscador(a) está pronto para cursar uma Pós-Graduação de Doutorado Filosófico para que possa dar sua Única e Inestimável Contribuição à Toda a Criação?

Importante ressaltar, que em sendo ‘
andorinha’ e uma só migrando não faz acontecer o Verão, ao participarmos com elevadas intenções no Sacro Ofício, ou seja, trabalhando por todos: Humanidade e Natureza e não egoisticamente no só para nós (a Egrégora Luminosa não deflagrará) – resultará daí o nosso sacrifício pessoal, por toda a Criação, ao alavancarmos a Evolução Planetária, ao mesmo tempo em que aprimoramos a Nossa Maestria da Vida, evitando o desnecessário e enfrentando e superando, o Necessário e o Suficiente!

É um Ritual idêntico ao original do 
REAA - o Ritual Exclusivamente Masculino e ao Rosa Cruz – o Misto, para ambos os sexos, obedecendo a Fonte Sagrada Astrológica Ancestral original, sem a[du]lterações!

Contate-nos se já for
 MM ou Rosacruz acima do 3º Grau. Caso esteja iniciando sua senda agora, comece pelo curso de Kabbalah Ocidental e à partir do 15º Pergaminho, poderá ser iniciado em somente uma das duas possibilidades ritualísticas, acima relatadas.


Fonte: www.ordotrimegistus.net
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