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sábado, 9 de abril de 2011

A História dos Graus de Cavalaria

Desde a instituição dos Nobres Cavaleiros da ordem Sagrada dos Soldados Companheiros de Jacques DeMolay em 1947, a única iniciação conferida em Convento, escrita exclusivamente por Frank Sherman Land, era a atual cerimônia de investidura. Porém em meados de 1967 o Convento de Cincinnati aprovou dois outros graus, “Ébano” e “Anon”, que em princípio foram concedidos regionalmente, mas acabaram por incentivar a criação de diversas cerimônias com relativo sucesso.

O Tio J. William Kutshbach, Diretor da Cavalaria de Ohio, foi um grande entusiasta dos graus conventuais. Praticante do Rito Escocês Antigo e Aceito, ele planejou um sistema de graus suplementares ao Convento, escalonados ao estilo “escocês”. Em 1972, durante a sessão do Supremo Conselho Internacional, Kutshbach assistira a uma dramatização denominada “O Painel” (The Tableau), apresentada pelos Conventos do Texas. Esse “Tableau” descrevia o martírio de Jacques DeMolay e causou uma forte impressão em todos; Kutshbach utilizou a sua estrutura dramática para transformá-lo no grau de Ex-Templário. Naquele mesmo ano, os graus de Ex-Templário, Ébano e Anon foram outorgados na convocação estadual organizada pelo Convento “Buckeye”.
A investidura de 1972 produziu grande repercussão. Uma vez que, de certa forma, o grau de Ex-Templário complementava o grau DeMolay, Tio Kutshbach sentiu-se motivado a explorar melhor a história da Ordem do Templo. Em companhia de Cavaleiros da região de Columbus, elaborou o grau da Tríade, que foi conferido na convocação estadual de 1973. Entre os graus de Ex-Templário e Tríade, o Convento estadual apresentava o “Tableau de Ohio”, uma pequena cerimônia que fizera parte do ritual DeMolay antes que fosse revisado na década de 1930. Em 1974 surgiu o grau honorífico do Manto Prateado, planejado para equivaler à Legião de honra DeMolay e então oferecido ao Tio Chester Hodges.
Kutshbach esboçara uma série de dez graus de Cavalaria, dos quais existiam apenas cinco. As cerimônias restantes ficaram sob a responsabilidade de Pat King. Surgiram deste modo os graus de Cavaleiro da Capela, Cavaleiro da Cruz de Salém, Cavaleiro da Cadência, Comendador e Grã-Cruz. No entanto, o Convento “Buckeye” dissolveu-se antes da conferência desses títulos, que estiveram desperdiçados e esquecidos até bem recentemente.
Havia outros rituais que, apesar de prontos, não foram incluídos na nomenclatura do “Ilustre Rito da Cavalaria de Ohio” do Convento “Buckeye”. Entre eles, estava uma cerimônia pública institulada “Cavaleiros, Bufões e Menestréis”, elaborada pela família Kutshbach, de caráter humorístico e inspirada na Ordem dos Shriners da América do Norte, que foi apresentada uma única vez durante um seminário DeMolay. Outra cerimônia pública era o “grau” de Cavaleiro da Rosa, escrito por Alice MacKinley Roberts na década de 1960 e equivalente à Cerimônia das Flores. Baseados em um obsoleto grau de Past-Master (Ex-Mestre Conselheiro) do Grande Capítulo de Ohio, Pat King e Craig Mount também haviam composto um cerimonial chamado “Quinta Seção”, destinado somente a Primeiros Conselheiros, Mestres Conselheiros, Ex-Mestre Conselheiros e seus equivalentes na Cavalaria. Além disso, foram revividos os graus de Cavaleiro da Rosa Branca e Cavaleiro das Cruzadas, ambos originários da “Ordem das Cruzadas”, uma dissidência rival da Ordem DeMolay que surgiu em 1950 e sobreviveu por apenas quatro anos.
O Supremo Conselho Internacional nunca autorizou os rituais do Ilustre Rito da Cavalaria. Entretanto, sob influência do Grande Acampamento dos Cavaleiros Templários dos EUA, reativaram-se os graus do Ébano e de Anon, mas apenas o primeiro foi adotado definitivamente como “Ordem do Ébano”, seguindo a denominação característica dos graus do Rito York. A Ordem do Ébano tornou-se um apêndice da Ordem da Cavalaria, conferido por direito aos Cavaleiros maiores de 19 anos, ainda que o seu sentido acabasse empobrecido pela ausência do seu complementar, o grau de Anon. A Ordem da Cavalaria foi introduzida no Brasil obedecendo a esse sistema de dois graus.
A idéia de reviver o “Ilustre Rito da Cavalaria de Ohio” no seio do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil partiu do Irmão Marcelo Brito, que no ano de 2004 presidia a Comissão de Ritual, Liturgia e Jóias. Por coincidência, o Irmão Brito encontrara o Irmão Pat King, que lhe confiou cópias datilografadas daqueles rituais. A Comissão de Ritual, Liturgia e Jóias iniciou um intenso trabalho de tradução dos originais, que, planejados para teatro, tiveram de ser forçosamente adaptados à apresentação em templo.
No dia 31 de março de 2005, o então Grande Mestre do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, Tio Toshio Furukawa, expediu o Decreto nº 004 / 2004-2005, que autorizava e instituía legalmente os graus de Cavaleiro da Capela, Cavaleiro da Cruz de Salém, Ex-Templário, Tríade, Anon, Cavaleiro da Cadência, Comendador, Grã-Cruz e Manto Prateado, além do Tableau de Ohio como cerimônia “adicional”. O grau do Ébano foi suspenso até que o grau da Tríade fosse conferido para que se estabelecesse a ordem cronológica das investiduras. Esses graus foram então divididos em três conjuntos ou “séries” a serem concedidas em seqüência, lembrando o plano do Rito Escocês Antigo e Aceito, como imaginaria Kutshbach.
Texto: Secretaria de Cultura do GOB
retirado do http://www.deldebbio.com.br/
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