SE É A MERA CURIOSIDADE QUE AQUI TE CONDUZ, DESISTE E VOLTA; SE PERSISTIRES EM CONHECER O MISTÉRIO DA EXISTÊNCIA, FAZ O TEU TESTAMENTO E DESPEDE-TE DO MUNDO DOS VIVOS.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Espada de Myiamoto Musashi e sua Tsuba





Este post, fiz tempos atrás para um grupo de estudo, e descobri muita coisa através dele. Gostaria de obter respostas de estudantes da Arte da Espada, estudantes de Myiamoto Kensei e filosofia Zen, e saber com isso se até onde escrevi isso tudo tem algo de aproveitável, se não tiver pelo menos apreciem a leitura.


****


Estava tempos atrás olhando a espada que Musashi teria inventado como sua assinatura.
E notei uma coisa na Tsuba que o mesmo fez. Ela tem o aspecto do Universo em expansão, ou quando uma estrela nasce, entre muitas outras coisas... mandei esse comentário para o Mestre Jorge Kishikauwa e seus alunos no Niten para saber se teria nexo, mas nenhuma resposta.


E , depois que fiz esse comentário, obtive algumas respostas no grupo de estudo que foram bem interessantes.Vamos lá:

''Olha... isso eu acho certo exagero.
I mean, era o musasshi e o tsuba é a cara dele: simples. Discreto. Eficiente. Convenhamos que ele não ficou famoso pelo refinamento.
Agora, se você ficar olhando pra esse tsuba, tem um monte de símbolos que vc pode ver... desde o infinito até o nítido contorno de uma vagina.
'' 
 Paulo

Ok. Falo isso, da semelhança, porque Musashi procurou ser o mais habilidoso e o mais forte, não em questão só de força física. A beira de sua morte física, ele descobriu os segredos e conseguiu ascenção espiritual. E deve ter deixado isso em uma assinatura bem simples como sua Tsuba, afinal é parte integrante da espada, que é a Alma do Samurai.
Até mesmo o contorno de uma vagina pode trazer misterios velados, muitas e muitas pinturas de mestres antigos retratam isso. A vagina é um cálice.
Vejam esse exemplo, Cristo em volta de uma. - Renis



'' Opa... Não disse que o contorno de uma vagina não possa trazer mistérios velados. Na verdade, eu até acredito nisso.
Minha preocupação é mais com a mistificação mesmo. Como saber que ele DE VERDADE atingiu a iluminação espiritual? Deve ser possível, mas eu não tenho como.
Concordo que ele tenha sido um exemplo em diversos aspectos, e concordo que ele próprio reconheceu na esgrima um caminho para a evolução espiritual, mas daí a admitir que ele imprimiu uma galáxia nascendo no tsuba? Acho certo exagero.
O fato é que a interpretação dos símbolos muitas vezes fala mais sobre o intérprete que sobre os símbolos.
'' 
 Paulo

Paulo, só comentei também o valor do símbolo hehhe. A questão é que não tem como sabermos se todos os que dão exemplo de ascenção tiveram ou não um grau altissímo espiritual. O exemplo é dado, como texto, imagens ou gestos. A mente vai canalizando isso e despertando o observador.
Nós temos relatos cristãos, que hoje pelo ensinamento que temos desde crianças, já ficou até romantizado, mas ao pesquisar sabemos que naquela época era bem sinistro ser um estudante dos mistérios e falar abertamente sobre símbolos ou a Palavra Sagrada.
Temos os egipcios com suas tecnologias e mistérios, mas ao estudarmos sabemos de matanças, assassinatos entre faraós... maior parte dos textos e símbolos hoje chegam até nós com novos valores mas seus significados são os mesmos. Acredito eu. Cada momento teu seu valor e sua necessidade de acontecimento. 
Se Musashi conseguiu ou não atingir ascenção espiritual como comentei, é um mistério, mas, que ele deixou exemplos bem fortes para estudarmos e descobrirmos por nosso próprio esforço...Ah isso ele deixou.
O Dominio sobre a Espada pode ser realmente esse, e não a espada física. - Renis


A Serpente e a Espada


'' Concordo plenamente que ele deu um exemplo a ser respeitado, seguido e estudado.
Que a espada é um símbolo em si, também estou de acordo.
Por sinal, talvez valha saber que a Espada foi considerada pelo Discovery Channel a melhor arma de todas: É a que melhor combina distância de segurança, tempo de reação e potência do golpe.
A única ressalva que eu faço é que para os orientais (japoneses e chineses especialmente) a iluminação poderia ser alcançada e transpareceria em qualquer ato. Até mesmo numa xícara de chá.
'' 
 Paulo T. R. de C. Vasconcellos

'' Eu procuraria algo não em objetos, mas nos movimentos, e no sentido deles, não só técnico, mas sobre os atributos que estão por trás deles...
Para uma Tsuba, talvez fosse melhor procurar por uma Masamune ou uma Muramasa (caso existissem)...
''  - 
 Lívio Nakano

Bom achei interessante o uso da tsuba, caso seja verdade ou real o fato da minha assimilação com estrelas o expansão do universo, pelo fato de a Espada ser a Alma do samurai, ele porta a espada fisica para se lembrar disso: Justiça, Honra, Disciplina.
Tem essa passagem na bíblia que diz:

''E saberá toda a carne que eu, o SENHOR, tirei a minha espada da bainha; nunca mais voltará a ela.''

E esse trecho do Livro de Musashi, que tirei do post do Moisés de Andrade - Kendo e a arte da espada:
"O que é um espadachim? Aquele que luta com uma espada, na realidade, luta sozinho. Qual o verdadeiro propósito que o move? Tornar-se melhor. O espadachim é aquele que encara a morte, a possibilidade da derrota e do desfecho fatal. Mesmo assim, ele luta. Luta porque não pode fazer outra coisa. Luta porque sua vida é feita de intermináveis batalhas, e o inimigo é tão eterno quanto são as etapas de purificação pelas quais precisa passar antes de enfrentar o fim da morte. E esta luta é solitária. Solitária porque o verdadeiro
inimigo não é o oponente em guarda à sua frente. Não é o espadachim adversário: ele também está só. O verdadeiro combate acontece no interior. O Inimigo está entre o espadachim e sua própria espada, no intervalo que existe entre ele e sua arma. A espada é um instrumento para sua própria epifania. O adversário ao lado é apenas um outro, testemunha de seu ritual secreto, mas ao mesmo tempo, de certa maneira, solidário – pois ele também luta consigo mesmo. O objetivo do espadachim não é vencer o adversário, mas tornar-se perfeito em sua maestria com a espada, símbolo de sua força de vontade e determinação.

É apenas quando vê que o verdadeiro Inimigo está dentro dele que o espadachim transcende o humano – e alcança a perfeição. Neste estado, a espada e o espadachim são um só. A luta silenciosa é a harmonia perfeita entre o espadachim e sua espada: ela age e se movimenta de acordo com o espírito do espadachim. Não há nada que sua espada não pode fazer, pois não há nada que diminua seu espírito pleno.

O espadachim protege os fracos, mas nada pede em troca. O Bem é feito por ele mesmo, o Bem é o meio e o fim. Se for preciso matar, o espadachim matará porque assim é, e ele nada faz senão cumprir uma lei natural – pois o verdadeiro guerreiro é uma força da natureza, impessoal.

Ainda assim ele é um humano. Mas entre seu corpo e o Mundo, entre sua pele
e o espaço infinito que o rodeia, não há barreira. O espadachim se move e vive e É entre todos os mundos. As divisões de onde termina seu eu e até onde é o exterior não existem. Há apenas continuidade, e fluxo, e mudanças, um equilíbrio perfeito entre o yin e o yang. Nada se perde, nada se cria, mas tudo se transforma, desde o mais profundo de seu interior até o infinito do espaço que o cerca. O espadachim é o toro: o espaço em seu interior é o mesmo espaço que o cerca.

E em seu íntimo, apenas a certeza. E seu verdadeiro poder – pois todo herói
tem superpoderes – é aquilo que define o guerreiro pleno: seu poder é ter vencido sua maior limitação, e ter perdido o medo da Morte.
" - Renis

'' A espada era vista como a Alma do Samurai. Confere.
No entanto, todos os caminhos levariam à iluminação: o Kendô, o Ikebana, a cerimônia do chá, a caligrafia, etc.
Não é atributo específico do Kendô, e sim, essa busca pela perfeição presente no Kendô é um caminho de evolução, mas não é privilégio de uma arte, especialmente no Japão.
Vale lembrar que, na minha opinião, as coisas lá não eram tão diferentes das coisas hoje: Pra cada Musashi tinha 500 ronins que só queriam ganhar a próxima refeição ou se aproveitar do seu status social maior.
Por outro lado, lembro-me do Go-Rin-No-Shô (livro dos cinco anéis) no qual o Musashi falava que era contra essa história de "minha espada". Pra ele se acostumar com uma espada específica era uma fraqueza. Ele usava espadas, bokkens, pedass di páu (é muito mais legal escrever assim)...
''  Paulo 

ahueaheuhaehu legal..o pedass dpau
Pois bem... como disse antes.. isso é a linguagem deles, e o que eles acham naquela hora e momento como simbolo e busca. E todos os caminhos levam a Um Caminho ou a um só Fim. O Del Debbio até comenta isso sobre ele fazer parte da Dragon Rouge, questionam ele, e ele responde assim:

Primeiro, a prática e a utilização das Qliphots e outras artes negras não poderá acarretar em “bad karmah”??? Afinal, você está lidando com entidades perigosas…
E a ordem em si, é uma ordem da mão esquerda, que visa o crescimento individual. Isso é compatível com a filosofia maçônica que é mais altruísta e visa o engradecimento de toda humanidade?

@MDD – o uso correto dos Qliphoths não é este. Eles são usados para auto-conhecimento e para lidarmos com nossos demônios internos. Por esta razão não deve ser utilizada levianamente, mas TODO mago que queira chegar à condição de Adepto precisa passar pelo período de treinamento em NOX. É uma das razões pelas quais eu normalmente só dou este curso uma vez por ano, e pra gente que eu já conheça.

Marcelo, ser da Dragon Rouge não conflita com outras ordens como AMORC, TOM, SCA e etc, as quais tem um direcionamento bem diferente?

@MDD – Conflitar em que sentido? Vai depender do que você tem como Verdadeira Vontade. Certamente meus amigos Martinistas não se sentiriam bem na Dragon Rouge, e provavelmente o Thomas Karlsson não se sentiria bem fazendo o tipo de caridade que é feito na AMORC/SCA. Você tem de ficar no local onde você se sente bem. Eu não tenho nenhum problema com nenhuma das duas filosofias, já que os ensinamentos e resultados são basicamente os mesmos, apenas os caminhos de aprendizado são diferentes. Eu não recomendo começar duas ordens tão distintas ao mesmo tempo… seria como começar a treinar duas artes marciais diferentes ao mesmo tempo, sendo que você nunca treinou nada antes… acaba dando problema. Seria mais interessante começar na AMORC e avançar até o grau 6 ou 7 primeiro para depois pedir filiação à DR. Ou, se a sua praia é o LHP, ficar somente na DR (embora o suporte que eles dão para iniciantes seja bem menor).
Claro que existem limites: por exemplo, eu e o Adriano Camargo estamos limitados ao quarto grau na DR, porque fazemos parte de outras Ordens e, para fazer parte dos Círculos Internos, eles exigem dedicação exclusiva (não que faça muita diferença, porque para poder participar efetivamente do grau 4 você precisaria estar na Suécia ou Itália… aqui no Brasil ninguém passou do segundo grau ainda).


Ser Neutro, a Via Cardiaca mostra isso.
Não é algo particular só do povo japonês. Todos os povos e culturas tem seus simbolos e meios de busca.
Esse seu exemplo de número que para cada 1 musashi existiam 500 ronins... Del debbio mesmo comentou que para cada 100 pessoas 1 se torne um mago de verdade, acredito que ele deu esse exemplo como beeeem superficial.
Só coloquei desde o começo e talvez de forma de mal interpretação, que ele deve ter colocado só como um símbolo do que ele conseguiu alcançar... vocês nunca se familiarizaram com algum símbolo que carregaram com vocês??

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