SE É A MERA CURIOSIDADE QUE AQUI TE CONDUZ, DESISTE E VOLTA; SE PERSISTIRES EM CONHECER O MISTÉRIO DA EXISTÊNCIA, FAZ O TEU TESTAMENTO E DESPEDE-TE DO MUNDO DOS VIVOS.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A Borboleta



Consideramos o ovo da borboleta: um orgnanismo minúsculo, sem consciência de sua existência ou ciência do mundo exterior, vivendo em um estado de tranqüilidade, desenvolvendo-se silenciosamente e crescendo para o tempo em que atingir a animação. É o centro de seu próprio universo, completamente em paz e totalmente dentro de si mesmo, gozando a perfeição de seu ser, participando com prazer da corrente interior, em contato constante com a força espontânea da vida.

Lentamente tem lugar uma mudança, uma maturação. O ovo começa a expandir-se para além de seu estado de beatitude e lentamente se torna uma larva. A larva começa a rastejar, a experimentar a vida. Seus instintos desenvolvem-se em um padrão mais sofisticado quando ela toma consciência de tudo que a rodeia, e necessita de alimentação e de abrigo. Como continua a crescer e a mudar para uma forma mais evoluída de vida, deve alimentar-se para sua sobrevivência e deixar para trás seus restos ou resíduos biológicos - um dos poucos sinais de sua passagem. Não sendo conhecedora de qualquer  futuro para si mesma, aceita seu estado presente como o zênite da vida.

O tempo passa, e quando o verme completa seu ciclo de desenvolvimento, instintivamente se entrelaça a si mesmo dentro de um casulo e afastando-se do desgaste natural do mundo exterior, começa a passar por uma metamorfose. Pode-se dizer que se senta em meditação, harmonizando uma vez mais com uma parte mais profunda de sua natureza, que pode ser alcançada no silêncio de sua mudança interior. Agora sente passivamente que encontrou a ''realidade final''. Mas pela primeira vez também sabe que existe alguma coisa mais adiante; tem um sentido da vida universal de que é um aparte e anseia entrar em contato com a energia do universo e nela ser absorvida. Seus dois níveis passados de existência parecem sem sentido e desperdiçados, e interpreta seu estado presente de ser como a representação da verdade final. O estado de metamorfose termina quando a larva emerge de seu casulo transformada em uma linda borboleta, um ser fisicamente perfeito e produtivo. Incapaz de comer alimento sólido, não julga mais necessário destruir qualquer coisa para manter sua existência. Vive do néctar das flores e espalha seu pólen, distribuindo assim vida em retribuição de seu próprio alimento. Imagina que agora atingiu seu mais alto nível físico e que os três primeiros eram necessários e importantes aspectos de seu crescimento. Sabe também que para continuar seu ciclo de vida deve reproduzir-se . Ela passa a semente e entrega sua vida. A borboleta então atinge seu estágio final de existência, que a essência e a fonte subjacente de todos os estados anteriores. Ela atingiu o Eu-Divino.

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